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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Brenda Streater Jackson

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Paixão desenfreada, n.º 1277 - Dezembro 2015

Título original: Texas Wild

Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7454-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Epílogo

Se gostou deste livro…

Prólogo

 

Um lindo dia de junho

 

– Meu Deus! Quem é aquele homem que chegou tarde ao casamento?

– Não faço ideia, mas fico muito feliz por ter vindo.

– Olhem só que corpo…

– E que andar…

– Devia ter um letreiro de advertência: «Perigo».

Um grupo de convidadas do casamento sussurrava entre elas enquanto comiam com os olhos o homem alto e arrebatadoramente atraente que se tinha aproximado dos primos da família Westmoreland. O banquete que se celebrava nos jardins de Micah Manor estava no seu apogeu, mas todas as mulheres que tinham assistido ao casamento de Micah Westmoreland com Kalina Daniels tinham os olhos postos num único homem.

O homem que acabava de chegar.

– Por amor de Deus, alguém me pode dizer quem é? – suplicou em voz baixa Vickie Morrow, uma das melhores amigas de Kalina. – A maioria dos convidados é aparentada contigo – disse a Megan Westmoreland – portanto diz-nos, é outro primo da família?

Megan estava a observar o homem com o mesmo interesse que o resto de mulheres.

– Não, não é da minha família. Nunca o tinha visto. Deve ser algum amigo de Hollywood dos meus primos, visto que parece que os conhece.

– Eu quero lá estar quando fizerem as apresentações – sussurrou ao ouvido Marla Ford, outra amiga de Kalina. – Faz com que isso aconteça.

Megan desatou a rir.

– Vou ver o que posso fazer.

– Meninas, não olhem agora, mas virou-se e está a olhar para aqui – disse Marla. – Megan, o teu irmão Zane está a apontar para uma de nós… Espero que seja eu – segundos depois fez uma careta de deceção. – É para ti que está a apontar, Megan.

Marla devia estar confundida.

– Sim, olha como te está a examinar – sussurrou Vickie. – É como se o resto de nós não existisse. Meu Deus, oxalá algum homem olhasse para mim assim…

Megan deparou-se com o olhar do desconhecido. As suas amigas tinham razão. Só parecia vê-la a ela. E no momento em que os seus olhos se encontraram aconteceu algo. Foi como se o calor que transmitia o seu olhar lhe queimasse a pele e lhe incendiasse o sangue. Nunca, em toda a sua vida tinha sentido algo tão intenso.

Uma atração instantânea.

O coração saltou-lhe no peito e tudo o que a rodeava pareceu desvanecer-se. Tudo, exceto a música que a orquestra interpretava e que os envolveu a ambos numa redoma onde mais ninguém existia.

A mão com que agarrava o copo de vinho começou a suar. Uma chama desconhecida tinha-se ateado no seu interior. A chama do desejo. Tão forte que não se podia ignorar nem sufocar. Como era possível que um desconhecido a afetasse daquela maneira? Pela primeira vez nos seus vinte e sete anos soube o que era sentir-se verdadeiramente atraída por alguém. Como anestesista conhecia muito bem o funcionamento do corpo humano, mas nunca se tinha preocupado muito com o seu, nem com a reação que teria perante um homem. Pelo menos, perante aquele homem em concreto, independentemente de quem fosse. Era uma reação tão interessante como desconcertante.

– Agradas-lhe, Megan.

As palavras de Vickie recordaram-lhe que não estava sozinha. Quebrou o contacto visual com o homem e engoliu em seco enquanto se virava para Vickie.

– Disparate. Não me conhece nem eu a ele.

– E o que é que isso importa? O que acaba de acontecer entre os dois chama-se atração sexual à primeira vista, algo que já todos sentimos alguma vez. Quase se veem as faíscas que saltam entre vocês.

Megan respirou profundamente enquanto as outras mulheres assentiam e corroboravam o que Vickie tinha dito. Voltou a olhar para o desconhecido, que continuou a manter o olhar fixo no dela até que o seu primo Riley lhe deu umas pancadinhas no ombro para chamar a sua atenção. E quando Savannah e Jessica, as mulheres de Durango e Chase, se aproximaram dele, Megan viu que sorria e que as abraçava.

Foi nesse momento que soube quem era aquele homem. Rico Claiborne, o irmão de Jessica e Savannah, o detetive privado que vivia em Filadélfia. O homem que Megan tinha contratado uns meses antes para indagar no passado do seu bisavô.

 

 

Rico Claiborne alegrava-se de ver as suas irmãs, mas a mulher que Zane lhe tinha indicado, a mesma que o tinha contratado por telefone uns meses antes, continuava a captar toda a sua atenção, por muito que ele fingisse o contrário.

A doutora Megan Westmoreland.

Ela tinha retomado a conversa com as suas amigas e já não olhava para ele. Melhor assim, pois Rico necessitava acalmar-se. Havia algo nela que a fazia destacar do resto, inclusive antes de Zane lhe ter dito que a mulher do vestido cor-de-rosa era a sua irmã Megan.

Era realmente atraente, e todo o corpo de Rico tinha respondido ao seu olhar. Não era um simples olhar de interesse, era mais de confusão e perplexidade. Era evidente que se sentia tão desconcertada como ele. Nunca tinha sentido uma atração tão forte por ninguém, e o facto de ser a mesma mulher que o tinha contratado para investigar Raphel Westmoreland complicava bastante a situação.

Dois meses antes tinha aceitado ocupar-se do caso, mas explicando que não poderia começar até ter resolvido os seus outros casos pendentes. Ela tinha entendido e Rico pensou que podia matar dois coelhos de uma só cajadada assistindo ao casamento de Micah e conhecendo pessoalmente a prima de Micah. Mas não esperava sentir uma atração tão forte e instantânea por ela.

Os seus cunhados e os noivos aproximaram-se e puseram-se a falar animadamente, mas Rico só ouvia metade enquanto lançava olhares furtivos a Megan. Era inevitável que alguma das suas irmãs acabasse por se aperceber da sua distração.

– Já conheces a Megan, não já? – disse Savannah com um brilho de curiosidade nos olhos. – Parece-me ter ouvido que te contratou para investigar a história de Raphel.

– Não nos apresentaram oficialmente, mas já falámos por telefone umas quantas vezes – respondeu ele, agarrando num copo da bandeja que o empregado acabava de passar. Necessitava de um gole de champanhe para se acalmar. Megan Westmoreland era tão sexy que só de olhar para ela sentia o corpo todo a arder. – Zane disse-me quem era há uns minutos – acrescentou com a esperança de saciar a curiosidade da sua irmã.

– Então, vou-ta apresentar – sugeriu ela com um sorriso.

Rico tomou um gole do seu copo e pensou dizer a Savannah que preferia esperar um pouco, mas imediatamente decidiu que seria melhor acabar com aquilo quanto antes.

– Está bem.

Savannah conduziu-o ao grupo de mulheres que olhavam para ele com interesse, mas Rico só tinha olhos para uma. E soube que ela sentia a mesma atração que ele.

Felizmente não teriam de trabalhar juntos. Rico só teria de mantê-la informada dos progressos da investigação, o que seria bastante simples.

Sim, decidiu enquanto se aproximava dela. Vendo a reação que lhe provocava, quanto mais distância houvesse entre ele e Megan Westmoreland, melhor.

Capítulo Um

 

Três meses depois

 

– Doutora Westmoreland, há alguém que a quer ver.

Megan olhou para o relógio e franziu o sobrolho. Tinha de estar no bloco de operações dentro de uma hora e gostava de comer antes uma sandes e beber um refresco.

– Quem é, Grace? – perguntou pelo intercomunicador. Grace Elsberry estudava na universidade e trabalhava a tempo parcial como auxiliar administrativa no departamento de anestesia do hospital da Universidade de Colorado.

– Só sei que é um borracho – sussurrou Grace. – É parecido com o Brad Cooper, mas mais moreno.

Megan gemeu, invadida por uma corrente de calor. Intuía quem podia ser e preparou-se para que Grace confirmasse as suas suspeitas.

– Diz que se chama Rico Claiborne… e é um grande exemplar masculino – acrescentou baixando ainda mais a voz.

Sim, Megan entendia-a muito bem. Aquele homem era tão irresistível que deviam detê-lo por supor uma ameaça para a sociedade.

– Manda-o entrar.

– Está a brincar? Eu acompanho-o pessoalmente ao seu consultório, doutora Westmoreland.

Megan abanou a cabeça. Quando foi a última vez que Grace se incomodou em acompanhar alguém ao seu consultório?

A porta abriu-se e apareceu Grace com um sorriso de orelha a orelha, acompanhando Rico Claiborne.

Megan levantou-se para o cumprimentar. Rico era alto, devia ter um metro e noventa e cinco, tinha o cabelo castanho-escuro e uns bonitos olhos cor de avelã. O seu físico imponente irradiava uma força e uma segurança perturbadoras. Parecia um modelo, apesar de estar informalmente vestido com uma camisola e umas calças de ganga. Tinham falado ao telefone umas quantas vezes, mas só se tinham visto numa ocasião, três meses antes, no casamento do seu primo Micah. Tinha-lhe causado uma impressão tão forte que desde então não tinha deixado de pensar nele. Com sorte já teria acabado o caso que o tinha mantido ocupado e estaria preparado para começar a ocupar-se do seu.

– Rico… fico feliz por voltar a ver-te – sorriu e estendeu-lhe a mão. Grace tinha razão. Era como Brad Cooper, e os seus traços mestiços conferiam um bonito tom de canela à sua pele.

– Faço minhas as tuas palavras, Megan – respondeu ele, apertando-lhe a mão.

O calor que Megan tinha sentido minutos antes intensificou-se com o contacto físico, mas fez um esforço para o ignorar.

– O que te traz por Denver?

Ele pôs as mãos nos bolsos.

– Cheguei esta manhã para assistir ao julgamento de um caso do qual me ocupei no ano passado, e pensei que seria uma boa ocasião para te cumprimentar e dizer-te que já estou a trabalhar no teu caso. Não gosto de vir sem avisar, mas quando te liguei para o telemóvel não recebi resposta.

– É porque esteve toda a manhã no bloco operatório.

Viraram-se os dois para Grace, que continuava parada à porta, a sorrir e a comer Rico com os olhos.

– Obrigada, Grace. Podes sair – disse Megan.

– De certeza? – perguntou Grace sem ocultar a sua deceção.

– Sim. Ligo-te se precisar.

– Está bem – Grace saiu, fechando a porta, e Megan virou-se para Rico. Um arrepio percorreu-lhe as costas ao ver que estava a olhar para ela. Nunca tinha sentido uma atração tão forte por ninguém. E ao tê-lo ali, no seu consultório, lembrou-se porque se tinha sentido tão atraída por ele no casamento do seu primo.

Aquele homem transpirava sensualidade e virilidade por todos os poros.

– Queres sentar-te? Parece que se trata de algo importante – voltou a ocupar a cadeira atrás da mesa, ansiosa por ouvir o que Rico tinha para dizer e por sufocar a reação emocional que ele lhe provocava.

Uns anos antes a sua família tinha descoberto que o seu bisavô, Raphel Stern Westmoreland, não fora filho único, como sempre tinham achado, mas que tinha um irmão gémeo, Reginald Scott Westmoreland. Tudo começou quando um idoso que vivia em Atlanta chamado James Westmoreland, neto de Reginald, se pôs a investigar a sua árvore genealógica e descobriu uma ligação com os Westmoreland que viviam em Denver… a família de Megan. A investigação posterior revelou que Raphel, com vinte e dois anos, se tinha tornado na ovelha negra da família após fugir com a mulher do pastor e não voltar a dar sinais de vida. Tinha percorrido vários estados, incluindo Texas, Wyoming, Kansas e Nebraska, antes de se instalar no Colorado. Descobriu também que tinha estado com várias mulheres ao longo do seu percurso, e que aparentemente se tinha casado com cada uma delas. Se fosse verdade seguramente havia mais Westmoreland além de Megan e da sua família, e isso foi o que levou o primo mais velho de Megan, Dillon, a investigar as outras esposas do seu bisavô.

As suas investigações levaram-na a Gamble, Wyoming, onde, além de conhecer a sua futura esposa, descobriu que as duas primeiras mulheres relacionadas com Raphel não tinham sido casadas com ele. Simplesmente Raphel tinha-as ajudado de uma forma ou outra. O casamento e paternidade de Dillon impediram-na de continuar com as suas investigações, e Megan decidiu então contratar Rico, recomendado pelos seus irmãos e primos.

Megan observou-o enquanto se sentava. Aquele homem era demasiado sexy para poder descrevê-lo. Ela estava acostumada a rodear-se de homens bonitos e atraentes. Todos os seus irmãos e primos eram altos e bonitos. Mas a atração que Rico lhe despertava começava a ser inquietante.

– Finalmente consegui averiguar algo sobre Clarice Riggins – disse ele.

Megan sentiu um rasto de esperança. Dizia-se que Clarice tinha sido a terceira esposa do seu bisavô.

– Como? Onde?

– Segui as pistas até uma pequena aldeia do Texas, do outro lado de Austin, chamada Forbes.

– Forbes? No Texas?

– Sim. Parto para lá na quinta-feira de manhã. Tinha pensado em ir hoje, mas os teus irmãos e primos querem que fique com eles uns dias.

Megan não se surpreendeu. Os Westmoreland distribuíam-se entre quatro estados: Colorado, Georgia, Montana e Texas, mas os homens da família reuniam-se frequentemente para ir caçar, falar de negócios ou jogar às cartas. Ao ser cunhado de dois deles, Rico participava com frequência nesses encontros.

– O que é que descobriste até agora sobre ela?

– Há registos de que teve um filho. Não sabemos se foi rapaz ou rapariga, mas sabemos que nasceu vivo.

Megan sentiu uma corrente de excitação pelas veias. Se Clarice tinha dado à luz poderia significar que havia mais primos desconhecidos por alguma parte. Qualquer pessoa que vivesse em Denver sabia a importância da família para os Westmoreland.

– Isso pode ser uma grande notícia – disse, pensativa. – Disseste a mais alguém?

Ele disse que não com a cabeça, sorrindo.

– Não. Foste tu que me contrataste, de modo que deves ser a primeira a saber o resultado das minhas pesquisas.

Ela assentiu.

– Não digas a ninguém ainda. Não quero que ninguém crie falsas esperanças. Podes dizer que vais ao Texas para seguir uma pista, mas de momento mais nada.

Havia quinze Westmoreland em Denver. Doze homens e três mulheres. Os pais de Megan, tal como os seus tios, tinham morrido num acidente aéreo há anos, deixando Dillon e Ramsey, o irmão mais velho de Megan, responsáveis de tudo. Não tinha sido fácil, mas conseguiram ultrapassar as dificuldades e todos acabaram por se formar na universidade, exceto os dois mais novos, Bane e Bailey. Bane tinha ido para a Marinha, e Bailey, que ao princípio tinha recusado continuar a estudar, estava a menos de um ano de conseguir um título universitário.

Quanto a Megan, nunca tinha tido a menor dúvida sobre o seu futuro. Sempre soube que iria para a universidade e que seria anestesista, desde que com seis anos lhe tiraram as amígdalas e conheceu o médico que a anestesiou. Depois da operação foi visitá-la várias vezes, convidou-a para comer gelados e falou-lhe do seu trabalho. Megan era demasiado pequena para pronunciar corretamente a estranha palavra, mas desde aquela altura sentiu-se fascinada pelo mundo da anestesia.

Claro que toda a gente precisava de ter um descanso de vez em quando, e ela não era uma exceção. Os cortes no orçamento obrigavam-na a trabalhar muito mais por muito menos, e Megan estava no limite da sua resistência. Era hora de descontrair um pouco e repor forças. Bailey tinha ido naquela manhã a Charlotte para visitar o seu primo Quade, a sua esposa Cheyenne e os seus trigémeos, e Megan tinha-se sentido tentada a ir com ela aproveitando que ainda tinha bastantes dias de férias. Também tinha pensado ir a Montana, onde viviam outros Westmoreland. Uma coisa boa de ter uma família numerosa tão distribuída era que havia sempre algum sítio aonde ir.