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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Trish Morey

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Divórcio por amor, n.º 913 - Junho 2016

Título original: The Mancini Marriage Bargain

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2006

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin

Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-8352-9

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

O barulho acordou-a. A insistência com que alguém esmurrava a sua porta tirou Helene Grainger dos seus sonhos. Um único olhar para o ecrã do despertador electrónico bastou para a aliviar. Deitara-se há menos de uma hora. Ainda não era de manhã e por isso não perdera a hora para apanhar o táxi que iria buscá-la na manhã seguinte.

Continuavam a bater à porta, portanto, meio a cambalear, saiu da cama para vestir o seu robe de seda e os chinelos enquanto se perguntava quem seria. Se não era o condutor do táxi ansioso por não perder a sua carreira até ao aeroporto Charles de Gaulle, quem raios estava a esmurrar a sua porta àquela hora da noite? A menos que fosse Agathe, a sua vizinha do lado, que tivesse tido algum contratempo…

Mexeu-se rapidamente pelo corredor. Talvez Agathe tivesse caído. Eugene não seria capaz de a levantar sozinho.

Je viens! – gritou ela. – Já vou!

Esquecendo-se das medidas de segurança na sua ânsia por ir em sua ajuda, abriu a porta imediatamente, mas, ao fazê-lo, recuou instintivamente. A cabeça começou a andar à roda enquanto assimilava a imagem que tinha à sua frente.

Ele tinha o punho apertado e levantado para voltar a esmurrar a porta e o seu olhar parecia atormentado. Tinha o cabelo despenteado como se o tivesse estado a alvoroçar com as mãos. Na sua outra mão segurava o que parecia uma pasta de couro.

– Paolo.

Sussurrou o seu nome enquanto tentava respirar. A dor e o peso dos anos de noites em branco e longa espera invadiram a sua mente naquele momento. Sempre soubera que ele voltaria algum dia, mas nunca imaginara que seria assim, nem que Paolo estivesse tão tenso e tão sério. O que se passava com ele?

Ele respirou fundo e reteve o ar nos seus pulmões enquanto descia lentamente o punho. Estava há alguns dias sem se barbear. Um músculo do seu queixo ficou tenso numa tentativa de esboçar um sorriso enquanto deixava escapar o ar que estivera a reter. Havia um ligeiro rasto de cheiro a café misturado com uísque na inconfundível essência de Paolo. Essência que lhe arrepiou os sentidos enquanto o seu olhar agonizante continuava fixo no dela.

Então, devagar, quase imperceptivelmente, ele abanou a cabeça.

– Acabou-se.

 

 

O som da fechadura e da maçaneta da porta ao abrir-se ecoou na sua mente enquanto as palavras de Paolo deixavam um enorme vazio no seu coração.

«Acabou-se.» Mas porque é que aquilo a perturbava tanto? Esperara por aquele momento durante mais de metade da sua vida e, apesar de todos aqueles anos de espera, de todos aqueles anos a saber que aquele dia chegaria eventualmente, a dor não tinha diminuído.

Ela nunca quisera que aquilo acabasse.

A porta do apartamento do lado abriu-se. Alguém falou através da fenda que a corrente de segurança deixava.

Hélène! Dois-j’appeler la police?

A voz frágil de Eugene traía o estado do seu vizinho octogenário. Helene nunca recebera visitas àquelas horas da noite. Com razão, pensava em telefonar à polícia.

Mais non, Eugene – disse ela, tentando tranquilizar o seu vizinho. – C’est juste un vieil ami. Je suis désolée du bruit – continuou, desculpando-se pelo barulho.

Bon – respondeu ele com brusquidão, antes de voltar a fechar a porta atrás dele.

Helene virou-se para Paolo e os olhos de ambos encontraram-se. O escrutínio rigoroso a que foram submetidos fê-la ver neles tanta dor que sentiu pena dele. Agora, ele era um homem prestes a ficar livre. O que lhe causaria tanta angústia?

– Suponho que será melhor entrares – disse-lhe ela, por fim, voltando à sua língua materna e com o coração a bater muito mais depressa devido ao olhar triste de Paolo.

Nem sequer a interrupção de Eugene impedira que todo o seu corpo se sentisse inquieto e amedrontado perante as palavras que Paolo tinha que lhe dizer. Aquilo não era uma visita de cortesia.

– Será melhor voltar amanhã – disse ele, recuando, como se, de repente, se apercebesse da hora tardia. – Estou a incomodar os teus vizinhos.

– Já os incomodaste. Eu vou-me embora de manhã. Acabemos com isto o quanto antes.

Instintivamente, agarrou-o pelo antebraço para o fazer entrar no apartamento. O toque do seu braço, o toque dos músculos escondidos por baixo daquele casaco de couro, fizeram com que Helene afastasse a mão.

Não podia tocar-lhe. Ele não era seu, nunca tinha sido.

Ele seguiu-a para dentro. Ela parecia tão tensa como ele estava e isso surpreendia-o muito. Provavelmente teria conseguido esquecer-se dele, esquecer todas as circunstâncias que os tinham unido pela primeira vez.

Ele também fizera o mesmo e, durante a maior parte do tempo, conseguira. Assim fora, até que recentemente o seu passado em comum tinha voltado a manifestar-se.

Os olhos de Paolo seguiram os movimentos para o interior do apartamento. Ainda podia ir-se embora e voltar a melhor hora. Talvez até fosse melhor enviar-lhe um fax para tornar tudo mais oficial. Afinal de contas, ele era advogado e resolvia assuntos muito mais complicados do que aquele.

Esteve quase a ir-se embora, mas havia algo nela, as ondas dos seus cabelos aloirados marcadas pela pressão da almofada, os olhos obscuros que insinuavam segredos, os lábios carnudos e rosados, que o fez mudar de opinião.

Parecia-se tanto com a rapariga que conhecera há anos, com aquele sotaque inglês refinado e a mesma atitude, uma mistura de rebeldia e vulnerabilidade… Mesmo assim, podia ver que havia muito mais.

Fechou os olhos para ganhar forças, já que o balançar sedutor das ancas dela sob o seu robe de seda estavam a fazê-lo esquecer porque estava ali. Com um suspiro, seguiu-a, mas foi incapaz de conseguir afastar os olhos dela por muito que tentasse.

Helene era assim tão sedutora há doze anos? Os seus problemas tinham sido tão importantes naquele tempo para não se aperceber disso? Ou o tempo transformara aquela jovem estudante numa mulher impressionante?

Depois de um grande esforço, a sua mente conseguiu concentrar-se num pensamento lógico. Realmente, era um pouco tarde para começar a reparar em como ela era bonita, tendo em conta que iria divorciar-se dela nos próximos dez minutos.

Ela virou-se e esperou-o na sala enquanto acendia um candeeiro de segmentos de vidro colorido que emanava uma luz quente que iluminava toda a divisão.

– Queres tomar alguma coisa?

Definitivamente, parecia que ele precisava de tomar alguma coisa, mas essa não era a única razão pela qual lhe perguntava. Agora, ela precisava de espaço para respirar. Por muito que tivesse antecipado aquele momento durante doze anos, ainda era demasiado cedo, repentino e doloroso.

«Chegou o momento de se desfazer de mim.»

Ela concentrava-se em controlar a respiração e manter as mãos quietas enquanto esperava a resposta dele. Ele parecia encher todo o espaço da pequena sala, fazendo com que até os móveis parecessem pequenos. Ele fazia-lhe subir a temperatura do corpo. Ele fazia-a desejar ter mais do que um par de meias cor-de-rosa por baixo do robe.

Paolo pensou na resposta durante algum tempo e depois respondeu:

– Café?

Aliviada, dirigiu-se para a cozinha. Ligou a cafeteira e agarrou em duas chávenas, mas a sua mente negava-se a concentrar-se em fazer apenas café.

Doze anos tinham tornado o estudante magro de então num homem atraente que parecia ser esculpido em pedra. Até com uma barba de três dias, uns olhos cheios de preocupação e o cabelo despenteado, Paolo era bonito, mais do que bonito. De facto, vira fotografias suas nas revistas quando ia ao cabeleireiro de vez em quando. No entanto, em todas elas parecia estar sempre a olhar fixamente para o fotógrafo, como se estivesse incomodado por se ver fotografado. Pelo contrário, a mulher que o acompanhava parecia ser tudo menos tímida e sorria sempre. No entanto, quem poderia culpá-la de estar tão feliz? Tinha tudo: era uma mulher espantosa, uma bem sucedida, estilista de moda para a marca Bacelli de Milão e, ainda por cima, tinha Paolo.

«Sapphire Clemenger.»

Não havia maneira de Helene conseguir esquecer o seu nome. Ela era, segundo as páginas de sociedade, a mulher à espera de se tornar a senhora Paolo Mancini. Bem, se a visita de Paolo era indicativo disso, parecia que não ia demorar muito para saber. Paolo obviamente não conseguia esperar mais para ser livre e casar-se com ela.

– Não pareces muito contente por me ver.

Ficou tensa. Antes de se virar, aproveitou para respirar fundo. Ele estava apoiado na entrada da cozinha. Tinha tirado o casaco. A camisa branca que tinha vestido realçava a largura do seu peito e a linha do seu corpo esbelta e elegante. Helene ficou com a boca seca.

– É tarde – disse ela, engolindo em seco. – Pensei que se passava alguma coisa com Agathe, a minha vizinha do lado. Está com problemas de coração. Estava preocupada com ela e com Eugene. Sabem que podem avisar-me se alguma coisa acontecer…

– Deves saber porque estou aqui.

Ela assentiu, lutando contra a determinação dos seus ombros por se manterem descaídos. Não podia deixar-lhe ver que aquilo a perturbava.

– Khaled casou-se, finalmente.

– Sim.

Aquelas palavras partiram-lhe o coração. O saber não era poder. O saber era dor.

Mesmo assim, era uma loucura. Devia estar feliz por escapar da sombra de Khaled Al-Ateeq, o homem a quem fora prometida quando tinha apenas dezassete anos para fechar um acordo que garantisse os interesses de petróleo do seu pai no Médio Oriente. Helene enfurecera o seu pai por ter recusado o destino que lhe dera e escapado com Paolo, casando-se com ele primeiro.

A sua breve cerimónia civil pusera fim ao casamento combinado e ao acordo entre ambas as famílias para fechar a operação, todavia, mesmo assim, ela sempre temera que Khaled persistisse na sua tentativa de a perseguir, portanto Paolo prometera-lhe continuar a ser seu marido até que Khaled se casasse com outra mulher.

Era um plano tão simples que ambos tinham pensado que Khaled não demoraria mais de um ano ou dois a encontrar uma nova esposa.

No entanto, a sombra da vingança planara sobre as suas vidas durante mais de uma década. Uma nuvem permanente e envenenada ameaçara qualquer tipo de relação que ela mantivera com homens e qualquer oportunidade que Paolo tivesse de estabelecer a sua própria família.

Até agora.

Agora que Khaled se tinha casado, ambos seriam livres. No entanto, aquela liberdade significava quebrar o laço que a unia ao único homem que amara em toda a sua vida.

– Bom, e parece que demorou algum tempo.

Helene viu como um músculo do queixo dele endurecia. Paolo falhara na sua tentativa de dar algum humor à situação.

– Já não tens que te preocupar com ele. Estás a salvo. Nunca mais voltará a incomodar-te – continuou ele.

As suas palavras estavam cheias de emoção. Durante doze anos, ele mantivera a sua promessa por ela. Podia ter-se casado e ter um lar cheio de filhos. Era isso que devia ter acontecido! No entanto, tinha aguentado uma mulher que nunca amara e uma promessa que não fazia ideia que pudesse ser tão duradoura. Sem dúvida, queria acabar com essa situação o quanto antes.

– Então trouxeste-me os papéis para assinar – disse-lhe ela ao passar com a bandeja, tentando não respirar enquanto passava ao seu lado para não cheirar aquela essência que em breve teria que voltar a esquecer.

Ele assentiu.

– Estão na pasta.

– Então vamos a isso – respondeu Helene, tentando infundir nas suas palavras um pouco mais de entusiasmo.

Paolo tirou os documentos enquanto ela servia o café. Ela não parava de pensar porque não fizera um chá. Era muito tarde e tinha que dormir alguma coisa antes do seu voo na manhã seguinte. A última coisa que queria era não conseguir dormir por causa da cafeína.

De repente, quando olhou para Paolo, apercebeu-se de que estava a enganar-se. Tomasse o que tomasse naquela noite, não seria capaz de dormir. Não agora, sabendo que tudo chegara ao seu fim.

Paolo sentou-se ao seu lado no sofá, roçando a coxa dele contra a sua e, inadvertidamente, prendendo uma das pontas do seu robe de seda. Mas já era demasiado tarde quando se apercebeu do que estava a acontecer. Quando ela se mexeu para mudar de posição, uma das pontas do tecido escorregadio ficou preso sob a coxa de Paolo deixando a sua perna completamente descoberta.

Helene agarrou no outro lado do robe, tentando cobrir-se com ele antes que o seu ventre ficasse também a descoberto. Imediatamente, lamentou não ter aproveitado a oportunidade de vestir mais qualquer coisa antes de se sentar a conversar com Paolo. Dado que normalmente dormia nua, aquela situação estava a tornar-se um pouco desagradável.

A combinação de ar frio e uma grande dose de vergonha tinham arrepiado o seu corpo todo.

Paolo pareceu demorar algum tempo a aperceber-se da sua angústia. Levantou os olhos dos papéis até ao joelho dela e depois, lentamente, foi subindo. Pestanejou perigosamente devagar quando os seus olhos chegaram onde a sua pele desaparecia sob o robe. Então, foi quando os seus olhos se moveram para as mãos que seguravam fortemente o cinto do robe e depois para a sua cara, embora ela tivesse a certeza de que tinham parado nos mamilos duros que se marcavam sob o tecido fino do robe.

A expressão de Paolo ficou tensa e algo pareceu resplandecer nos seus olhos, algo ardente, perigoso e poderosamente magnético. De repente, devido àquele olhar poderosamente masculino, Helene começou a sentir como a sua pulsação se acelerava nos seus lugares mais íntimos enquanto a sua vergonha se tornava em algo muito mais primário. Então, quase imediatamente, os olhos de Paolo arrefeceram-se em jeito de desculpa. Um segundo depois, levantou-se e foi para o lado oposto da sala, fingindo um interesse repentino na decoração do suporte da lareira.

– Desculpa – disse ele com uma voz grave.

Ela cobriu-se, atando novamente o robe enquanto a sua pele ardia.

Oh! Helene já tinha visto aquele olhar antes. Também ouvira da sua boca as mesmas palavras. Ela só esperava que não ele pensasse que tentara seduzi-lo novamente. Já não era aquela rapariga ingénua de dezassete anos na sua noite de núpcias. Não era tão estúpida para voltar a tentar, recordava perfeitamente as palavras dele apesar dos anos.

«Lamento muito, mas este casamento não tem nada a ver com sexo», dissera-lhe então, afastando-se dos braços dela.

Não pensaria que seria capaz de passar por aquela humilhação outra vez, pois não? Ele rejeitara-a na sua noite de núpcias e acabava de deixar muito claro que agora também não a queria. Por que raios o faria quando, finalmente, tinha a oportunidade de se livrar dela para sempre? Pensava realmente que ela ainda gostava dele o suficiente para voltar a tentar, depois de doze anos sem saber nada dele, à excepção do cartão de Natal que o seu escritório de advogados lhe mandava?

Devia estar louco para pensar nisso, totalmente louco!

No entanto, Helene ainda sentia algo por ele. O tempo e a dor não tinham eliminado a atracção. Parecia até que a tinham intensificado até tal extremo que, quando ela abrira a porta, naquela noite, sentira como o seu coração explodia.

«Bolas!»

Como era possível que um homem que ela prometera esquecer conseguisse fazer com que se derretesse? Não era justo. Especialmente quando tudo o que ele queria era ver-se livre para poder casar-se com outra.

No entanto, ele merecia livrar-se daquele compromisso que os mantinha unidos por ter sido fiel à sua promessa durante tanto tempo. Pelo menos, ela devia-lhe isso.

– Não precisas de te desculpar – disse ela, calmamente, enquanto ele continuava a estudar os objectos e as fotografias da lareira. – Tenho a certeza de que tens pressa para poderes casar-te. Dá-me os papéis para que possa ir assinando enquanto tomas café.

Claro que tomaria café, poderia até tomar alguma coisa mais forte. Mas pelo menos ir-se-ia embora com a segurança de que ela não pensava que fora até ali para conseguir algo mais do que a sua assinatura, apesar de os últimos doze anos terem tornado Helene numa mulher muito atraente. Os seus olhos esverdeados brilhavam à luz do candeeiro e reflectiam inteligência e calor. O seu queixo era anguloso como o do seu pai e os seus lábios carnudos e apetecíveis.

Paolo voltou a sentar-se para pôr os documentos à frente dela. O que ainda restava do seu perfume misturava-se com a sua fragrância natural, fazendo com que uma nova essência, totalmente feminina e sedutora, o embriagasse.