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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Brenda Streater Jackson

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Directo ao coração, n.º 2202 - janeiro 2017

Título original: Quade’s Babies

Publicado originalmente por Silhouette® Books

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9402-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

– Senhor, o avião vai descolar. Por favor, desligue o computador e aperte o cinto de segurança.

Quade Westmoreland seguiu as indicações da assistente de bordo enquanto pensava nas poucas vezes que tinha ouvido aquele requerimento num avião comercial. Nos oito anos passados, habituara-se ao luxo de voar no Air Force One, onde usar um computador durante a descolagem não era um problema, mas uma necessidade.

Olhou à sua volta. Pelo menos ia em primeira classe, o que já não era mau. E não tinha ninguém sentado no banco do lado, o que facilitava as coisas. Não gostava da sensação de estar rodeado de gente. Gostava de ter o seu espaço. Por isso gostava do seu trabalho no CSP, o Corpo de Segurança Presidencial, um ramo da CIA e dos Serviços Secretos.

Mas se tivesse de dizer a verdade, e havia apenas uns quantos indivíduos chave que conheciam a verdade, a sua posição particular acarretava bastantes mais coisas além de proteger o presidente.

Após os ataques do 11 de Setembro, fora criado o CSP e ele entrara para fazer parte da equipa de elite. O seu trabalho consistia em não perder de vista o presidente. Por isso estava em Sharm el Sheik, no Egipto, na noite em que conhecera Cheyenne Steele.

Cheyenne Steele.

Só de pensar nela sentia uma opressão no peito e um formigueiro noutras partes do corpo. Aquela mulher provocara nele aquele tipo de resposta logo na primeira noite que a encontrara enquanto passeava na praia. Na verdade, sentira a sua presença antes de a ver. E quando a olhara na cara, uma profunda atracão física despertara um forte desejo no seu interior, um desejo num grau bem maior do que alguma vez tinha sentido por qualquer outra mulher nos seus trinta e seis anos de vida. Fora realmente muito forte. Inexplicável. E, por sorte, a atração fora mútua.

Não demorara muito a descobrir que ela se sentia igualmente atraída por ele e, após uma breve conversa, ela aceitara o seu convite para ir beber um copo… no seu quarto de hotel.

Embora ele soubesse que ela estaria segura com ele, inicialmente ficara surpreendido com a decisão dela até chegaram ao quarto. Antes de entrar, ela ligara para uma amiga que estava a viajar com ela para lhe dizer onde ia estar; especificando o número do quarto e o nome do hotel.

Cheyenne era a única parte do nome que lhe dera naquela noite, considerando como se tinham conhecido e o que aconteceu depois, nem sequer tinha a certeza de que aquele fosse o seu verdadeiro nome. Ela fora muito reservada, assim como ele. E, como ele, só revelara o seu primeiro nome.

Pensava nela constantemente até àquela noite uns dias antes em que, enquanto visitava uns familiares no Montana, vira o seu rosto na capa de uma revista. E era evidente que estava grávida.

Na verdade, parecia prestes a dar à luz a qualquer momento. Visto que a revista era de Outubro e estavam no início de Dezembro, fora assaltado por um milhão de perguntas. A primeira das quais, se seria ele o responsável pelo seu estado.

Naquele noite tinham usado protecção, mas ele seria o primeiro a reconhecer a sua paixão, o seu desejo de se unir a ela fora incontrolável. E no fundo da sua mente tinha a lembrança de que, pelo menos uma das vezes, a relação fora sem barreiras; embora também não estivesse certo de se era verdade ou, simplesmente, fruto da sua imaginação. Mesmo que tivessem usado preservativo cada vez que fizeram amor, podia acontecer um acidente, especialmente com tantas vezes como eles o tinham feito, tudo era possível. Até mesmo uma gravidez indesejada.

Ela era a única pessoa no mundo que podia acalmar a sua cabeça, dizendo-lhe se o filho ou a filha era dele. Se não era, ela devia ter ido para a cama com outro homem mais o menos na mesma altura. E nem queria pensar numa coisa dessas. E se o filho era seu, ia fazer o que era correcto, a única coisa que qualquer Westmoreland faria se fosse suficientemente estúpido para se deixar envolver numa situação daquelas. Pedir-lhe-ia que casasse com ele, para dar o seu apelido ao miúdo. Depois de um tempo razoável, podiam pedir o divórcio e continuar cada um com a sua vida.

Conseguia suportar a ideia de ter uma mulher durante um curto período de tempo se não tivesse outro remédio. Deixara o seu trabalho como Ranger há pouco tempo e estava prestes a embarcar noutra profissão. Tinha formado uma sociedade com alguns dos seus primos para abrir uma cadeia de escritórios de segurança privada por todo o país.

Não queria lembrar que entre o seu irmão Durango e Savannah, a sua esposa, tinham começado por um casamento de conveniência. E desde então estavam felizmente casados. Quade estava contente por lhes terem corrido bem as coisas, no entanto, a situação dele e de Cheyenne era diferente.

Durango tinha-se apaixonado por Savannah desde que a vira pela primeira vez no casamento de Chase, o primo deles, mas no seu caso fora a luxúria que os guiara a ambos naquela noite. Se tivesse sido mais alguma coisa, teria investido o tempo que fosse preciso para a conhecer. No entanto, só tivera uma ideia na cabeça quando conhecera Cheyenne: levá-la para a cama.

Um dos inconvenientes do seu trabalho anterior eram os longos períodos pelos que tinha de suspender a sua vida social. Fora durante uma dessas vezes, quando a sua testosterona estava completamente fora de controlo, que conhecera Cheyenne.

Estava há muito tempo sem ter nenhuma mulher, e Cheyenne transformara-se no seu alvo para uma relação de uma noite.

Mas não pretendia engravidá-la, se era isso que tinha feito. Por isso estava de caminho para Charlotte, na Carolina do Norte, para averiguar se era o pai daquela criança. Contratara uma empresa de detectives e descobrira não só que Cheyenne era o seu verdadeiro nome, mas também que era modelo, e essa era a razão pela que estava na capa de uma revista. Não devia ter ficado surpreendido ao saber da sua profissão, visto que era a mulher mais bonita que conhecera na sua vida. Na capa daquela revista, a mostrar orgulhosamente a sua gravidez perante as câmaras, continuava a estar radiante e a ser linda de morrer.

Quade notou o avião a descolar. Colou-se às costas do banco e fechou os olhos, decidindo que era o momento perfeito para reviver aquelas longas e apaixonadas horas que tinha passado na cama com Cheyenne cerca de nove meses antes:

 

 

Quade tinha calor, estava nervoso e não conseguia dormir.

Praguejando baixinho, saiu da cama e percorreu o quarto de hotel com o olhar. O Presidente ia chegar daí a dois dias e Quade e os seus homens tinham revisto tudo, especialmente o percurso que a caravana de veículos ia percorrer. Ouvira rumores de possíveis protestos, mas um porta-voz do governo egípcio contactara-o e dissera-lhes que ele se encarregaria daquele assunto.

Perguntou-se se o bar lá de baixo ainda estaria aberto. Podia beber um copo para calmar os nervos. Por alguma razão, aquele lugar e dormir sozinho naquela cama lembrava-lhe que há muito tempo que não tinha qualquer contacto íntimo com nenhuma mulher. Há demasiado tempo.

Em vez de beber um copo, Quade decidiu ir dar um passeio pela praia. Vestiu umas calças de ganga e uma T-shirt. Depois de calçar umas sandálias, olhou para o relógio na mesa-de-cabeceira: era quase uma da manhã.

Enquanto saía do quarto, pensou na conversa que tivera com a sua mãe ao telefone. Não queria acreditar que o seu primo Clint tinha casado. Vira o seu primo uns meses antes no casamento do seu irmão, Spencer. Tinham conversado. Clint estava muito excitado. Acabava de deixar os Rangers do Texas para se associar a Durango e a um amigo de infância, McKinnon Quinn, num negócio de criação de cavalos. Clint nunca mencionara qualquer mulher. E de repente tinha casado? Devia haver uma história mais romântica aí pelo meio que a sua mãe não lhe tinha contado.

Entrou no elevador que o ia levar seis andares para baixo, até ao pátio por onde se saía directamente para a praia. A maior parte do hotel estava vazia. A maior parte dos quartos estavam reservados por causa da visita do Presidente. A sua mulher ia viajar com ele junto com um determinado número de dignitários. A visita ia durar três dias e Quade ia trabalhar nos bastidores sem descanso.

Encheu os pulmões com o aroma do mar e, após dar uns quantos passos, tirou as sandálias para andar na areia. Sharm el Sheik era um lugar bonito, um complexo turístico na península do Sinai, pensado para os ricos e famosos. Mesmo ao luar podia ver os grandes hotéis de cinco estrelas que salpicavam a linha da costa.

Um bom número dos seus homens tinha pensado em ficar uns dias depois da visita do Presidente para descansar e relaxar. Infelizmente, ele não era um deles. Prometera à sua mãe que voltaria aos Estados Unidos a tempo de fazer acto de presença no baptizado do seu primo Thorn.

Quade tinha de admitir que tentava sempre voltar ao Atlanta. Os Westmoreland eram um grande grupo que se estava a tornar ainda maior devido aos recentes casamentos e nascimentos. Além disso, havia ainda a possibilidade de encontrarem mais Westmoreland se a investigação genealógica que o seu pai estava a fazer fosse bem sucedida. Parecia que o gémeo do seu bisavó, Raphel Westmoreland, a ovelha negra da família, que toda a gente pensava que tinha morrido antes de fazer vinte anos, na verdade tinha fugido, ainda vivo, com a mulher de um pregador, tinha na altura vinte e dois anos. Tanto o pai de Quade como o seu irmão gémeo, James, estavam ansiosos por encontrar algum descendente do seu tio-avô Raphael.

Quade estava a andar à beira-mar há um tempo, quando de súbito notou um nervoso miudinho no estômago e um desejo incontrolável lhe percorreu o corpo.

Deteve-se e virou-se para ver o seu rasto na areia. Estava escuro e não via muito porque a neblina cobria a terra que tinha à sua frente.

Olhou cauteloso à sua volta, enquanto o desejo se intensificava. E então, segundos depois, apareceu uma mulher entre a neblina.

Era a mulher mais bonita que alguma vez vira.

Piscou os olhos para se certificar de que não era uma ilusão. Percorreu a longitude do seu corpo com o olhar, reparando nas calças de linho branco e no cabelo negro que flutuava livre à volta do seu rosto. Notou que o seu corpo respondia à sua presença. Tentou recuperar o fôlego enquanto se perguntava o que lhe estaria a acontecer.

Por que estaria a reagir daquela forma?

A mulher vira-o ao mesmo tempo e notou a reacção dela. Pelo olhar que havia nos seus olhos escuros devia estar a sentir qualquer coisa muito parecida ao que ele sentia. Estava presa pelo mesmo fascínio sexual. Conseguia notá-lo. Assim como podia sentir a atracção por ela, especialmente pela sua boca. Tinha o tipo de lábios que o fazia sentir desejos de fazer coisas sujas, de os lamber, de os saborear para sempre. Tinham a forma certa para beijar e eram do tipo que a língua de nenhum homem podia resistir.

– Sais muito tarde, ah? – ouviu-se a perguntar com a necessidade de dizer qualquer coisa antes de fazer algo do que poderia arrepender-se depois.

Era conhecido por ser um homem com um auto-controlo de aço, mas nesse momento não tinha a certeza. Sentia-se reduzido a aço fundido.

– Podia dizer o mesmo de ti – disse ela.

O seu sotaque indicou a Quade que era norte-americana. Até àquele momento não tinha a certeza. O som da sua voz era suave e sedutor, mas teve a sensação de que não era intencional. Seria alguém que devia conhecer? Uma estrela de cinema ou qualquer coisa do género?

– Não conseguia dormir – disse ele.

Nesse mesmo momento sentiu o suave movimento com o que ela levantou os ombros e a forma como o fino tecido ficou tenso à volta deles, mostrando um belo decote e um peito firme. Também viu o seu sorriso; ficou com um nó na garganta e sentiu um nó no estômago.

– Há noites que não foram feitas para dormir, e esta pode ser uma delas – disse num tom de voz que avivou o desejo que lhe corria nas veias.

A resposta dela fê-lo considerar a possibilidade de que estivesse a flirtar com ele. Se assim fosse, escolhera o preciso momento em que ele estava disposto a aceitar qualquer desafio.

Normalmente, não costumava entrar naqueles jogos com as mulheres, independentemente de quão tentadoras fossem. Tinha uma lista de amigas habituais em Washington que já conheciam os seus hábitos. Não tinha tempo para relações sérias e as mulheres com as que ia para a cama sabiam disso e aceitavam-no. Não havia uma mulher no mundo que pudesse fazer uma reclamação que fosse de Quade Westmoreland.

Suspirou, preocupado, perguntando-se como ia receber a pergunta que estava prestes a fazer-lhe.

– Chamo-me Quade. Gostavas de vir até ao meu quarto beber um copo?

Ela deu um passo em frente, olhou-o como se estivesse a estudar as suas feições ao luar e depois percorreu com o olhar o resto do corpo dele até voltar aos seus olhos de novo, o que quase o deixou sem respiração naquela noite.

– O meu nome é Cheyenne – disse ela, estendendo-lhe a mão. – E adorava beber um copo contigo.

Assim que as suas mãos se tocaram, Quade sentiu uma descarga a percorrê-lo da cabeça aos pés. Levantou as sobrancelhas, confuso, e perguntou-se por que estava a comportar-se como um homem desesperado por conseguir uma companheira de cama. Um homem sem qualquer controlo. Um homem com necessidades evidentes. E francamente, não se importou muito estar a comportar-se daquela forma. Tinha de dar um passo para trás ou pôr algum senso comum na sua cabeça.

Em vez disso, ainda com a mão dela na sua, aproximou-se mais e inalou o seu aroma.

– Então, vamos – disse ele, temendo que mudasse de opinião. – Estou no Bayleaf – acrescentou, então, enquanto começava a andar na direcção do hotel.

Continuou a dar-lhe a mão enquanto andava ao seu lado. No início foram em silêncio, até que ela disse:

– Este não é um comportamento habitual em mim.

Virou-se para olhar para ela.

– O que é que não é habitual? – perguntou, decidindo fingir que não sabia do que estava a falar.