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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Maureen Child

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

A derradeira prova, n.º 766 - Fevereiro 2016

Título original: The Last Reilly Standing

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2007

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7779-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Epílogo

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Capítulo Um

 

Aidan Reilly estava tão perto do seu objectivo que quase conseguia saborear a vitória.

Os três meses mais longos da sua vida estavam a chegar ao fim. Daí a três semanas, seria o vencedor da aposta que ele e os seus irmãos tinham feito no início do Verão.

Até tremia só de pensar nisso. Noventa dias sem sexo, e o vencedor arrecadava os dez mil dólares que o seu tio-avô deixara em herança aos trigémeos Reilly. Era tudo culpa do irmão mais velho deles, o padre Liam Reilly. Fora ele quem os incitara a assumir o desafio, dizendo-lhes que os sacerdotes eram bem mais fortes do que os marines porque tinham de renunciar ao sexo para toda a vida. E claro, nenhum Reilly que se prezasse era capaz de virar costas a uma boa aposta. Porém, aquela estava a ser bastante mais difícil do que eles alguma vez pensaram.

Brian e Connor já tinham fracassado, e isso fazia de Aidan o único que ainda podia defender a honra da família e demonstrar ao irmão mais velho, o padre Liam, que não era tão fácil rir-se deles.

Enquanto permanecia sentado numa das mesas do restaurante Lighthouse a olhar fixamente para Liam, Aidan pensou que já nem se travava do dinheiro. O seu irmão mais velho precisava do dinheiro para mudar o telhado da igreja. Aidan não lhe tinha contado mas, quando ganhasse a aposta e os seus irmãos aceitassem que ele era o mais forte dos três, pensava entregar o dinheiro a Liam.

Ele não precisava. Como marine e solteiro, ganhava o suficiente para manter um bom estilo de vida, e isso era o que interessava. Não tinha aceitado a aposta pelo dinheiro.

O que ele queria era ganhar.

Encostou-se na cadeira e evitou olhar em volta. O restaurante estava apinhado. O Lighthouse era um sítio muito frequentado por famílias, por isso ali encontrava-se a salvo. As únicas mulheres com quem tinha de se preocupar eram as empregadas e todas elas punham em risco o seu bem-estar. E aquele pensamento ajudou-o a manter o olhar na sua bebida.

– Preocupado? – murmurou Brian levantando o copo para dar um golo na sua cerveja.

– Nada nesmo, de facto estou prestes a atravessar a linha da meta.

– Sim, é verdade, mas ainda não ganhaste.

– É só uma questão de tempo – sorriu Aidan, mantendo o olhar fixo na sua bebida.

– Tenho de admitir – disse Connor, inclinando-se para a frente para se apoiar na mesa, – que estou impressionado. Nunca pensei que aguentasses tanto tempo.

– Eu sim – disse Liam, dando um gole na sua cerveja.

– Ai sim? – Aidan levantou o olhar para o seu irmão mais velho, ignorando os dois clones que estavam ao seu lado. – Porque eu sou o mais forte, não é? – disse, olhando com desprezo para os irmãos. – A-ha!

– Bom, a verdade é que sempre foste o mais teimoso – respondeu Liam, sorrindo.

Brian e Connor também se riram e Aidan deu-lhes uma cotovelada.

– Veremos quem ri por último – disse.

– Ainda tens três semanas pela frente – recordou-lhe Brian, que estava sentado ao lado de Liam. – E enquanto o Connor e eu temos sexo de forma regular com as nossas adoráveis mulheres, tu estás sozinho.

E o assunto ia ficar por ali. Aidan franziu o sobrolho enquanto dava mais um gole na sua cerveja e olhava fixamente para os três homens sentados na mesa. Um único olhar de uma imponente loira, de uma sensual ruiva ou de uma bonita morena e teria de ir para casa tomar mais um duche de água fria. Ultimamente, tinha passado tanto tempo submerso em água fria por causa dos duches e do seu trabalho como mergulhador no corpo de marines de resgate, que se sentia um maldito pinguim.

– Vou conseguir – disse firmemente.

– Três semanas é muito tempo – respondeu Connor.

– Já aguentei nove – lembrou-lhes Aidan.

Nove longas e miseráveis semanas. O pior tinha passado. Agora já estava em contagem decrescente e podia ganhar.

– Sim – disse Liam esboçando um sorriso. – Além disso, toda a gente sabe que o último troço da corrida é sempre o mais difícil.

– Obrigado.

– Vinte e um longos dias – disse Liam, fazendo com que as três semanas parecessem ainda mais longas.

– Quantas horas dá isso? – perguntou Brian.

– Rapazes, vocês são mesmo cruéis!

– Para que servem os irmãos? – interrogou Connor.

Aidan abanou a cabeça e deixou-se cair na sua cadeira. Ignorando Liam e concentrando-se nos seus dois irmãos gémeos, disse:

– Tenho de vos lembrar que vocês mal aguentaram um mês? E Brian, tu nem isso sequer.

Brian fez uma careta de dor e Connor mexeu-se na sua cadeira.

– Não, – murmurou Aidan sorrindo para si mesmo – não me parece.

 

 

Na manhã seguinte, bem cedo, Terry Evans deu uma vista de olhos na livraria Frog House e pensou que aquilo ia ser facílimo. Tinha sido uma boa troca.

Uma lufada de ar fresco. Um vale no caminho, no longo percurso da sua vida.

Foi então que um rapaz de uns cinco anos tirou um livro à força a uma menina de três, provocando uma gritaria como Terry nunca antes ouvira, a não ser talvez na televisão.

Terry sobressaltou-se e sorriu às mães que corriam para atender os seus respectivos filhos. «Oh, sim, uma grande mudança», pensou, reconsiderando a generosa oferta que fizera à sua amiga.

A loja estava cheia de crianças. Mas aquilo não era surpresa, visto que a livraria era especializada em livros infantis para miúdos até aos dez anos, sem esquecer as mães.

A Frog House estava decorada com móveis acolchoados e suaves onde os pequenos podiam sentar-se para ler um livro enquanto as mães esperavam nas mesas, a beber um café. As crianças estavam entretidas enquanto as progenitoras podiam relaxar, sabendo que, num sítio como aquele, os seus filhos não corriam qualquer perigo.

Há muito que Donna queria montar uma loja especializada em livros infantis e finalmente tinha tornado o seu sonho realidade. As paredes estavam cobertas de pinturas de contos de fadas e as estantes eram baixas para que os pequenotes conseguissem apanhar os livros da última prateleira. Havia um canto dedicado à pintura, onde estavam colocadas várias mesas com livros para colorir e todo o tipo de lápis das mais variadas cores. E todos os dias, às quatro, um grupo de vinte crianças sentava-se numas almofadas fofinhas e ficava concentrado nas histórias que o contador de histórias narrava.

Terry suspirou e sorriu quando viu que as crianças paravam de brigar. Agora cada um tinha um livro na mão. Manteve o seu olhar fixo num rapazinho de cinco anos durante mais tempo do que era necessário, sem que ninguém percebesse.

Sentia uma grande mágoa no seu coração. Era uma antiga ferida aberta. Já se tinha habituado a viver com ela, mas sabia que nunca se fecharia.

Para dizer a verdade, também não queria que isso acontecesse porque, se assim fosse, perderia as maravilhosas memórias que aquela mágoa lhe provocava e ela nunca permitiria que isso acontecesse.

– Desculpe.

Afastou o olhar das crianças que se encontravam na mesa de jogos e deu de caras com um homem.

Ao vê-lo, imediatamente pensou nele como um homem com «H» grande. Enquanto sentia a sua temperatura a subir, tomou uns segundos para examiná-lo por completo. Era muito alto e tinha vestida uma camisola preta com as letras USMC impressas, que representavam o corpo de marines a que pertencia.

Não a surpreendeu encontrar um marine na loja. No fim de contas, Baywater, no Carolina do Sul, estava a um passo da academia de recrutamento de marines Parris Island e da estação de aviação de Beaufort.

Mas «aquele» marine conseguiu captar toda a sua atenção.

Os músculos daquele homem notavam-se sob o tecido leve da sua camisola. Quando cruzava os braços à altura do peito, Terry ficava com vontade de aplaudir aquele movimento. Tinha a cintura estreita, não tinha ancas e exibia umas robustas e longas pernas sob uns jeans velhos com a bainha virada para cima e botas de cowboy.

Oh, céus.

Terry levantou o olhar para o seu rosto e sentiu como a temperatura corporal aumentava. Era moreno; infelizmente, tinha o cabelo curto ao estilo militar; mas tinha os olhos azuis, um queixo perfeito e o nariz longo como o das efígies romanas que aparecem nas moedas. Quando sorriu e Terry viu a sua dentadura branca e o buraquinho que lhe aparecia na bochecha direita, ela começou a pedir ajuda.

«Não está demasiado calor aqui?»

– Olá? – ele levantou a mão e começou a mexer os dedos à frente do seu rosto. – Está tudo bem?

Terry queria dizer que se sentia a derreter, mas optou, prudentemente, por manter a boca fechada durante um segundo.

– Desculpe. Posso ajudar?

Ele dedicou-lhe um sorriso que alastrou o calor até às suas partes íntimas e a fez gemer em silêncio. Não restavam dúvidas de que era um daqueles homens capazes de transformar um simples comentário como aquele num convite para partilhar cama.

– Sim. Posso ajudar? – ela abanou a cabeça. Não estava a ser fácil.

Finalmente, ele parou de sorrir e deu um passo na direcção dela enquanto dava uma vista de olhos na loja, como se procurasse alguma coisa em particular.

– Podes dizer-me onde está a Donna Fletcher? – perguntou, olhando para ela de novo.

Terry olhou para o seu relógio e voltou a enfrentá-lo.

– Agora mesmo, deve estar a caminho do Havai.

– Já? – parecia perplexo. – Não me disse que partia tão cedo.

Terry levantou uma sobrancelha.

– Há algum motivo especial para lhe ter dito?

Aidan coçou o queixo.

– Não, julgo que não – admitiu, suspirando. – Mas tínhamos combinado que hoje começava um projecto para ela e...

Nesse momento percebeu tudo. Na verdade, Terry sentiu-se como se fosse um personagem de uma história aos quadradinhos, com uma lâmpada a acender-se sobre a sua cabeça.

– Tu és o Aidan Reilly.

– Como é que sabes?

Ela sorriu, pôs o cabelo para trás e pensou para si que, quando voltasse, ia ter uma longa conversa com Donna.

A sua melhor amiga contara-lhe tudo sobre a aposta que Aidan e os irmãos tinham feito, e que Donna lhe oferecera a livraria como refúgio para se esconder das mulheres. Em troca, naturalmente, Aidan prometera construir um castelo de leitura para os miúdos. Porém, Donna não lhe tinha contado que Aidan era uma brasa e um prenúncio de bom sexo.

De facto, de excelente sexo.

Terry começou a suspeitar de que tudo aquilo se tratava de uma montagem.

Donna, que era uma romântica incorrigível, estava convencida que Terry precisava de uma relação estável. Alguém a quem amar. Alguém que a amasse. Não lhe cabia na cabeça o facto de Terry só estar interessada em relações de fim-de-semana.

E parecia que Aidan Reilly era a última das suas cobaias para tentar ajudar Terry a assentar.

E apesar de Terry continuar sem estar interessada, tinha de admitir que Donna estava a usar munição de primeiríssima categoria.

Aidan estava de novo a mexer os dedos à frente do rosto de Terry. Ela agarrou-lhe a mão e afastou-a.

– Pára de fazer isso. É irritante.

– Tinhas voltado a ir para as nuvens. Isso sim, é irritante.

– Desculpa. Estou um pouco cansada. Ontem deitei-me tarde e tive de abrir a loja bastante cedo.

– Fascinante – respondeu Aidan, – mas isso não explica como é que sabes o meu nome e porque é que a Donna não me disse que se ia embora três dias antes.

– A Donna disse-me o teu nome e, já agora, eu sou a Terry Evans – apresentou-se, enquanto sorria para uma mulher que lhe entregava um livro que queria comprar. Dirigindo-se ao balcão, Terry efectuou a venda e, uma vez acabada, deu os bons dias à senhora, virou-se para Aidan e retomou a conversa.

– E, julgo que não te disse que se ia embora mais cedo porque não considerou que fosse um problema teu.

Ele franziu o sobrolho, mas ela achou aquela expressão bem mais fascinante do que o buraquinho que se formava na bochecha quando sorria.

– Eu disse que a levava ao aeroporto, a ela e aos miúdos – murmurou, – mas só se ia embora na sexta-feira.

– Arranjou um voo mais cedo e decidiu partir – explicou Terry, encolhendo os ombros. – Eu levei-os ao aeroporto – acrescentou, enquanto recordava o calor dos beijos e dos abraços que recebera da família Fletcher na noite anterior, antes de irem de férias.

Aidan suspirou.

– Bom, imagino que assim é melhor. Vai poder desfrutar de mais dias de férias.

– Pois é – respondeu Terry. – A família vive em Maui, como deves saber, e estão cheios de vontade de ver os miúdos e...

– Com o Tony destinado lá fora – disse Aidan, interrompendo-a, – precisa de apanhar ar.

– Isso mesmo. Preocupa-se muito com ele. Na verdade, vocês dão muitas dores de cabeça – Donna não era casada com Tony Fletcher mas, mesmo assim, preocupava-se com a sua segurança. Não conseguia imaginar como devia ser duro e difícil para a mulher de um marine ter de cuidar da casa, manter-se jovial e criar os filhos, enquanto uma parte do cérebro estava a pensar constantemente no bem-estar do marido ou do namorado lá longe.

– Isso dizem.

– Mas – disse Terry, fazendo-lhe um sinal com o dedo para que a seguisse, – a Donna explicou-me o teu problema antes de se ir embora.

– A sério?

Ela assentiu e dirigiu-se a um recipiente de vidro cheio de madalenas, bolos de chocolate e bolachas e, pegando num dos copos de plástico que estavam ao lado da máquina de café, acrescentou:

– Também me disse que adoras café.

Ele voltou a sorrir e Terry fez um esforço para ignorar a mudança de temperatura que sentia no seu interior. Aquele homem era como um pára-raios, capaz de canalizar as suas hormonas e transformá-las em calor. Um calor que sentia sob a pele como um desejo ardente.

– Parece que o dia começa a melhorar.

Terry sorriu, olhou-o nos olhos e, rapidamente, afastou o olhar. Contemplar Aidan Reilly não ajudava à concentração e manipular uma máquina de café tão complicada, cheia de filtros de vapor e de botões, não era nada fácil. Enquanto esperava que o café se fizesse, voltou a olhar para ele e reparou que agora estava encostado na bancada a observá-la atentamente.

Os seus olhos eram tão azuis que até se podia mergulhar neles. Terry pensou quantas mulheres já não o teriam feito.

– E o que foi que a Donna te contou exactamente? – perguntou ele.

Pigarreando, ela respondeu:

– Contou-me que tu e os teus irmãos fizeram uma aposta estúpida.

– Estúpida?

– Completamente.

Continuou a falar enquanto lhe servia o café e acrescentava leite quente na sua chávena.

– Disse-me que te tinha oferecido a loja como refúgio em troca de lhe construíres um castelo para as crianças.

Donna tinha-lhe contado a história exactamente assim, porém, recordava a breve explicação que lhe tinha dado na noite anterior.

– O Aidan é amoroso – disse Donna enquanto acabava de fazer as malas, – mas está decidido a ganhar aquela estúpida aposta, por isso propus-lhe que se refugiasse na livraria quando saísse do seu trabalho na base. Assim consegue estar completamente a salvo porque na loja não há mulheres solteiras. Em troca, ele prometeu construir um castelo para os meus pequenos clientes.

– E sou eu que devo protegê-lo das mulheres? – perguntou Terry.

– Faz-me esse favor, querida – pediu-lhe Donna a rir-se. – Ele não precisa de protecção. Só precisa um sítio para se esconder até passar o tempo que falta para ganhar a aposta.

– E porque é que estás a ser tão benévola com ele?

Donna fechou a mala e sentou-se na cama, ficando a olhar para Terry.

– Porque se tem portado lindamente comigo desde que o Tony está destinado lá fora. É um bom amigo. Costuma passar por aqui e, se eu precisar, é capaz de arranjar o lava-loiça e tudo o que for necessário. O Tony e ele treinaram juntos nos acampamentos. São bons amigos, e a família do Aidan...

E, era por isso que, naquele momento, Terry estava a olhar para aqueles olhos azuis que brilhavam intensamente.

– A precisar de refúgio, ah? Bom, é uma forma de dizê-lo.

Terry sorriu ao mesmo tempo que, com uma colher, deitava uma camada de espuma de leite na chávena de café antes de lha entregar.

– A Donna disse-me que podes passar o teu tempo livre aqui, escondido. Todas as nossas clientes são mães casadas por isso não devem ser um perigo.

Aidan deu um golo no café, franziu as sobrancelhas e concordou.

– Não está nada mal.

– Obrigada.

– Eu não o considero um esconderijo.

– A sério? Então, que nome lhe dás?

– Manobra estratégica.

Terry sorriu.

– Se isso te ajuda... Então, vais ter de aguentar mais três semanas sem sexo para poderes ganhar a aposta.

– Isso mesmo.

Agora foi a vez dela franzir o sobrolho e sorrir.

Aidan levou um minuto para perceber o brilho malandro no seu olhar mas, finalmente, sorriu ao aperceber-se. Não só era muito bonita, como também tinha uma mente rápida, ágil e estimulante. Normalmente gostava disso nas mulheres.

Mas aquilo não era normal. Nesse momento devia manter-se mais firme do que nunca e estar ao lado de Terry nas próximas semanas não ia ajudar muito.

Desde o outro lado do balcão, ao lado da máquina de café, ela ainda o observava.

– Não é só de uma questão de ego.

Aidan seguiu-a quando se dirigiu à mesa de brinquedos das crianças para arrumar a desordem que elas tinham deixado. Aidan tentou esquivar a forma como o cabelo dela caía, assim como evitou olhar para as curvas das suas ancas e para a forma como a saia lhe subia quando se ajoelhava para apanhar os livros. E, fazendo uso da sua grande força de vontade, tentou não olhar para as pernas.

Em que raio estaria Donna a pensar? Pô-lo junto de Terry Evans para o ajudar a manter-se afastado do sexo era como acender uma tocha para evitar o calor.

Ah, pois era.

Mas aquilo ia funcionar.

Franzindo ligeiramente o sobrolho. Aidan disse:

– Não me conheces o suficiente para afirmares que possuo um grande ego.

– Por favor – riu-se olhando-o por cima do ombro. – Olha para ti. Claro que tens.

– Pensei que isso era um elogio.

– Estás a ver? – apontou. – Ego.

Touché.

Ela concordou.

Aidan continuou a olhar para ela enquanto apanhava os lápis e arranjava o cabelo e o afastava do rosto.

– Então, vais ajudar-me a ganhar a aposta?

– Claro que sim.

– E como?

Ela sorriu e foi como um murro no estômago para Aidan.

– Bom, em primeiro lugar Sargento Reilly, se aparecer por aqui alguma mulher imponente, atiro-me para cima de ti como se fosse uma granada.

Ele olhou-a de cima a baixo lentamente, e depois abanou a cabeça.

– Terry Evans, se esse é o tipo de ajuda que me vais dar, posso dizer desde já que sou um homem morto.