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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2013 Susanna Carr. Todos os direitos reservados.

SEGREDO VERGONHOSO, N.º 1484 - Agosto 2013

Título original: Her Sameful Secret

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2013

 

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

™ ®,Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.

® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-3808-6

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

Capítulo 1

 

Isabella Williams ouviu o barulho do que, sem dúvida, devia ser um carro desportivo. Levantou a cabeça. Aquele movimento rápido fê-la cambalear. Deu um passo atrás e agarrou a bandeja com força. Tentou recuperar o equilíbrio.

O barulho do carro desapareceu num abrir e fechar de olhos. Isabella respirou fundo. Relaxou os músculos. Limpou o suor com a mão. Porque se deixava levar pela imaginação? A mente estava a pregar-lhe partidas.

Um descapotável passou ao seu lado e não pôde evitar pensar... Nele.

Era absurdo que Antonio Rossi pudesse estar naquela zona de Roma ou estivesse à procura dela. Revirou os olhos. Só tinham partilhado a cama durante alguns dias, na primavera. Tinham sido dias maravilhosos, mas um tipo como ele já devia ter esquecido. Antonio Rossi era um sonho para qualquer mulher e, certamente, teria encontrado uma substituta no dia seguinte.

Isabella sentiu uma pontada de dor no peito. Pestanejou rapidamente e afugentou as lágrimas. Os olhos ardiam-lhe. Olhou para o relógio e calculou quantas horas faltavam para acabar o turno. Demasiadas... Tudo o que queria era deitar-se na cama, esconder-se debaixo das mantas e isolar-se do mundo, mas não podia tirar o dia. Precisava de todo o dinheiro que ganhava para sobreviver.

– Isabella, tens clientes à espera – avisou o chefe, num tom resmungão.

Ela limitou-se a assentir com a cabeça. Estava muito cansada para responder com o típico comentário sarcástico. Dirigiu-se para uma das mesinhas da esplanada do pequeno café. Tinha de aguentar, tal como fazia todos os dias. Era simples. Só tinha de pôr um pé à frente do outro, passo a passo.

Quando chegou à mesa do casal, sentia-se como se tivesse acabado de atravessar um lamaçal. O homem deu um beijo à mulher, quase com adoração. Isabella sentiu inveja. Mordeu o lábio. Há tanto tempo que ninguém a beijava daquela maneira, que já quase nem se recordava como era sentir-se desejada e idolatrada.

Uma onda de lembranças amargas embargou-a. Não poderia voltar a ter esse tipo de amor. Não voltaria a ser o centro das atenções para Antonio e ele já não seria o seu mundo. Sentia falta dos beijos possessivos dele, da sede que tanto os unira. No entanto, por muito que sentisse a falta dele, nunca a aceitaria novamente e, muito menos, quando descobrisse a verdade.

As pernas começaram a tremer. O peso do arrependimento era grande. Cerrou os dentes e usou o pouco autocontrolo que restava. Aqueles dias desenfreados e românticos tinham chegado ao fim. Era melhor não pensar mais nisso.

– Já sabem o que vão pedir? – perguntou, num italiano um pouco atrapalhado.

O seu domínio daquela língua não era grande coisa, embora tivesse tido aulas na universidade, e o esforço que tinha de fazer para comunicar tornava os seus dias mais árduos.

Noutra época, costumava sonhar que falaria italiano com fluidez. Sonhava transformar-se numa mulher sofisticada e conquistar a cidade de Roma. Queria viver aventuras, experimentar o amor e a beleza. Durante um momento efémero, tivera tudo nas suas mãos, mas escapara-lhe por entre os dedos.

O presente era aquele café humilde em que trabalhava, em troca de alguns euros. As pessoas ignoravam-na ou olhavam para ela como se fosse lixo. Aquela fora a transformação. Em casa, tê-la-iam tratado da mesma forma mas, pelo menos, teria sabido o que diziam nas suas costas. Vivia num pequeno quarto, por cima do café. Não tinha água corrente, nem tranca na porta. A única coisa que tinha era um peso enorme sobre os ombros e uma necessidade imperiosa de sobreviver.

Enquanto anotava o pedido, apercebeu-se de que podia ficar presa naquele lugar, para sempre. Tinha de trabalhar mais depressa, mais arduamente. Tinha de ser mais inteligente, se quisesse voltar aos Estados Unidos nos próximos meses. Naquele momento, mais do que nunca, tinha de se rodear de coisas que lhe parecessem familiares. Tinha de encontrar um sítio onde viver, manter a cabeça baixa, trabalhar arduamente e terminar o curso. Ao fim de tanto tempo, de tanta espera, a única coisa que ansiava era encontrar um refúgio onde pudesse sentir-se segura.

Contudo, não podia manter-se assim por muito tempo, a trabalhar até tarde e a chegar ao fim do mês com muita dificuldade. E as coisas não deixariam de piorar. Só de pensar nisso, sentia vontade de chorar.

Isabella inclinou-se contra a parede da cozinha. Um dia, sairia daquele inferno. Fechou os olhos e ignorou os gritos do chefe durante um segundo. Em breve, teria dinheiro suficiente para regressar aos Estados Unidos. Começaria do zero e faria as coisas bem, para variar. Dessa vez, aprenderia com os seus erros.

 

 

Antonio Rossi examinou o café diminuto. Depois de ter passado o fim de semana todo à procura, finalmente, ia enfrentar a mulher que quase o destruíra. Dirigiu-se para uma mesa vazia e sentou-se. As suas maneiras refinadas escondiam a fúria que sentia. Desta vez, não se deixaria deslumbrar por uns olhos azuis, enormes, e não se deixaria levar por aquela beleza inocente.

Recostou-se na cadeira e esticou as pernas debaixo da mesa. Pôs os óculos de sol e examinou o mobiliário do estabelecimento, oxidado e velho. Imaginara muitos sítios, mas nunca teria esperado encontrá-la naquela cafetaria velha e suja, do outro lado de Roma.

Porque estava a viver naquelas condições? Não fazia sentido. Dera-lhe o mundo. Tinham vivido juntos no apartamento das águas-furtadas e tinham partilhado a cama. Ela tinha um pequeno exército de empregados ao seu dispor.

Porém, deitara tudo a perder, ao ir para a cama com o irmão. A lembrança ainda o consumia. Dera-lhe tudo, mas nunca fora o suficiente. Por muito que lhe desse, por muito que se esforçasse, não conseguia estar à altura do irmão. Sempre fora assim.

Quase enlouquecera ao ouvir a confissão de Giovanni, há seis meses, durante uma bebedeira, e tirara ambos da sua vida. Fora um corte limpo, brutal, mas eles tinham ganhado.

Isabella apareceu diante dos seus olhos, de repente. Uma tensão inefável apoderou-se de Antonio. Preparou-se para sentir raiva, enquanto a via a balançar a bandeja no ar. Mentalizara-se o melhor que conseguira, mas vê-la a passar ao seu lado era como se alguém lhe desse um murro no estômago.

Usava uma t-shirt preta e uma saia de ganga justa, com uns sapatos pretos de salto raso, mas ainda era capaz de chamar a atenção. Reparou nas pernas dela. Recordou como era senti-las à volta das ancas, enquanto a penetrava.

Antonio respirou fundo e tirou aquela imagem da cabeça. Não podia deixar-se distrair por aquela atração sexual, nem por aquela cara inocente. Já cometera o erro de baixar a guarda com ela. Acreditara em Isabella e aproximara-se demasiado dela, mas isso não voltaria a acontecer.

Observou-a, enquanto atendia o casal. Estava diferente. Da última vez que a vira, estava a dormir na cama, rosada e nua. O cabelo loiro e brilhante, estava espalhado à volta do rosto dela, na almofada, como uma aura. Contudo, naquele momento, parecia ser outra pessoa. Estava pálida, como se estivesse doente. Aquelas curvas que o faziam esquecer tudo o resto pareciam ter desaparecido. Estava magra. Parecia frágil e cansada. Tinha um aspeto horrível. Um sorriso cruel dançou na comissura dos seus lábios. Só podia esperar que tivesse conhecido o inferno, pois estava disposto a levá-la lá, novamente.

Noutra época, acreditara que era inocente e doce, mas fora tudo mentira. Os sorrisos tímidos e o rubor repentino tinham-no desarmado por completo e começara a acreditar que só tinha olhos para ele, mas esse afeto tão efusivo fora apenas uma cortina de fumo.

No fim, descobrir que era bem versada na arte da manipulação e jogava melhor as suas cartas do que qualquer outra das mulheres que tinham passado pela sua vida, mulheres que estavam dispostas a mentir, enganar e a deitar-se na sua cama para se aproximarem de Gio, o herdeiro da fortuna dos Rossi.

Isabella seduzira-o com a sua beleza angelical. Fizera-o acreditar que era a sua primeira e única opção. No entanto, durante todo aquele tempo, só tentara chegar a Giovanni.

Afastou-se da mesa e dirigiu-se para ele. Tinha a cabeça baixa e segurava o bloco e a caneta com as duas mãos. Antonio sentiu a chicotada da tensão. Estava pronto para saltar, rígido como uma corda. Não queria fazer nenhum movimento que pudesse revelar a sua presença.

– Já sabe o que vai pedir? – perguntou ela, num tom casual.

– Olá, Bella.

 

 

Isabella levantou o olhar. Os seus olhos iluminaram-se e observaram Antonio. Estava ali, em carne e osso, diante dela, expectante.

«Foge...». A palavra ecoou na sua mente.

Pestanejou lentamente.

Talvez estivesse a alucinar. Passara algum tempo sem ser ela própria. Não fazia sentido que Antonio Rossi, milionário, membro da elite da sociedade, tivesse ido parar àquele café por pura coincidência.

«Saberá? É por isso que está aqui?»

Não conseguia parar de olhar para ele, surpreendida. Usava um fato preto. Um corte de alfaiate, impecável, realçava-lhe as costas largas e os músculos. A camisa, feita à mão, e a gravata de seda, davam-lhe um certo ar civilizado, mas não conseguiam esconder aquele magnetismo animal. Era o homem mais sensual do mundo e o mais poderoso.

Porém, também era a pessoa mais cruel que conhecera em toda a sua vida.

Isabella respirou fundo, pouco a pouco, mas não foi o suficiente. Não sabia o que ele ia fazer ou o que estava a pensar naquele preciso momento. A única coisa que sabia com certeza era que, fizesse o que fizesse, ia ser devastador.

Cometera um grande erro ao envolver-se com ele. Era o tipo de homem de que a mãe tentava protegê-la com os seus conselhos. Para alguém como Antonio, ela não podia ser mais do que um brinquedo, de que se desfazia quando algo melhor aparecia no seu caminho mas, mesmo assim, não conseguira evitar cair nas redes dele. Mesmo naquele momento, não conseguia parar de olhar para ele e sentir aquela atração poderosa por todo o corpo.

Os olhos dele estavam escondidos por detrás dos óculos de sol, mas as linhas retas e os ângulos do rosto masculino eram tão agressivos e duros como se lembrava. Antonio não era um homem bonito, mas aquele toque sombrio e misterioso dava-lhe um ar atraente, que enlouquecia qualquer mulher.

«Foge. E não olhes para trás.»

– Antonio? O que estás a fazer aqui?

– Vim procurar-te.

Ela tremeu. Nunca teria esperado voltar a vê-lo ou ouvir aquelas palavras.

– Porquê?

– Porquê? – Antonio recostou-se na cadeira e olhou para ela de cima a baixo.

O coração de Isabella ecoava contra o peito. Devia ter-lhe dito para se ir embora e se afastar o máximo possível.

– Tens de te ir embora. Agora – declarou, tentando parecer o mais hostil possível.

– Bella...

Ele era o único que a chamava assim. Adorava ouvi-lo a chamá-la assim, com carinho, com um sorriso nos lábios, mas as coisas eram diferentes. A voz dele estava carregada de raiva.

– Não tenho nada a dizer

Antonio tirou os óculos de sol.

– E se me deres as tuas condolências?

Isabella sentiu uma pressão repentina no peito, que a impedia de respirar. Aqueles olhos castanhos hipnotizavam-na. Não conseguia desviar o olhar. Nunca vira tanta fúria e dor. Não seria preciso muito para sentir toda aquela raiva. Se desse um passo em falso, ele atacaria.

– Acabei de saber do acidente de Giovanni. Lamento muito a tua perda.

Antonio franziu o sobrolho. A sua raiva fez vibrar o ar.

– Tanto lamento por um antigo amante? – sussurrou ele, em voz baixa. – Deve ter acabado de forma desagradável. O que aconteceu? Também o enganaste?

– Nunca tive uma aventura com Giovanni – afirmou, segurando o bloco e a caneta contra o peito, como se isso pudesse protegê-la de Antonio.

Deu um passo atrás.

– Bella, se deres outro passo...

Signorina – chamou um homem que estava sentado numa mesa próxima. – Esqueceu-se...

– Um momento, por favor – pediu Bella, aproveitando para se afastar de Antonio. – Volto já.

Dirigiu-se para a cozinha, mas não demorou a sentir uma mão no ombro. Fechou os olhos e apertou-os com força.

Ele fê-la virar-se. Se não a tivesse segurado com tanta força, provavelmente, teria desmaiado ali mesmo. Sentia-se doente e fraca, cansada de se preocupar tanto, de sobreviver.

Deitou a cabeça para trás e olhou para ele nos olhos. Esquecera-se de como era alto.

– Andei à tua procura – indicou. A voz dele era suave, mas perigosa. Baixou a cabeça. – Foi muito difícil encontrar-te.

Isabella sentiu um nó no estômago. Antonio pôs-lhe as mãos nos ombros. Quase lhe cravou os dedos na pele. Rodeava-a por todos os lados. Estava presa.

– O que se passa aqui? – de repente, ouviram o gerente. – Isabella, o que fizeste?

– Está tudo bem. Eu trato de tudo – indicou, sem desviar o olhar de Antonio.

Só de olhar para ele, sentia-se perdida. Sempre fora assim.

– Não sei porque te incomodaste em procurar-me – olhou de esguelha e viu que o chefe estava junto da cozinha. O seu interesse por aquele cliente rico e inesperado era evidente. – Ainda continuas a pensar que tinha uma aventura com Giovanni, quando estava contigo?

Os olhos de Antonio toldaram-se e ficou rígido.

– Oh, sei que tinhas uma aventura.

Não perdoara o irmão, nem a perdoaria a ela. Nunca o faria. Isabella engoliu em seco. As forças que lhe restavam desapareceram. Sentia-se fraca, cansada, mas ainda tinha uma batalha a travar.

– Sei que eras amante dele. Por que outra razão te incluiria no seu testamento?

Isabella fez uma careta de dor. Pensara que Giovanni era amigo dela. Dera-lhe proteção e ajudara-a muito. Só vira a sua verdadeira natureza no último momento.

– Vai-te embora, Antonio. Não sabes nada.

– Não vou sem ti. Tens de assinar uns documentos no tribunal, o mais depressa possível.

Isabella sentiu uma onda de pânico. Não ia com ele, a lado nenhum. Tentou fingir, mas soube que não o fizera muito bem quando viu aquele brilho maligno no olhar dele. Era evidente que queria vê-la sofrer.

– Diz à tua família que não conseguiste encontrar-me – deu um passo atrás. Ele soltou-a, finalmente. – Dá o dinheiro a uma instituição de caridade.

Antonio olhou para ela com um ar de suspeita.

– Não sabes quanto é.

– Não tem importância.

– Isabella! – gritou o chefe, de repente. – Leva os pratos, antes de a comida esfriar.

A jovem virou-se. A cabeça rodopiava. Tentou apoiar-se na parede, mas acabou por se agarrar ao braço de Antonio. Fez o possível para recuperar o equilíbrio. Não podia demonstrar fraqueza.

– Estás doente?

– Não dormi muito ontem à noite – informou, fugindo do olhar dele.

Antonio era muito inteligente e intuitivo. Não demoraria muito a descobrir o que se passava. Tinha de se escapulir, antes de ele descobrir a verdade.

– Isabella! – gritou o chefe.

– Deixa-me servir isto – pediu a Antonio, agarrando na bandeja com os pratos. – Depois, não voltarão a interromper-nos.

Sem esperar pela resposta, correu para a calçada. Serviu a comida rapidamente. Quase a deixou cair, mas conseguiu agarrar os pratos no último momento. Desculpou-se como pôde. A sua mente estava ocupada com outra tarefa: procurar uma forma de escapar. Mexeu-se com discrição, até parar num ângulo em que não se via a cozinha. Era a sua última oportunidade.

Pôs a bandeja numa das mesas vazias e começou a andar com tranquilidade. Ao dobrar a esquina, começou a correr o mais depressa possível pelo beco, até chegar às escadas das traseiras.

Os pés batiam no pavimento e os pulmões ardiam. O tempo era o fator mais importante. Chegou às escadas e subiu-as a correr. Tropeçou e caiu no chão. Magoou-se no joelho, sentiu-se mal, mas seguiu em frente.

As pernas doíam-lhe, tremiam, mas tinha de andar mais depressa. Antonio já devia ter percebido que fugira. Não demoraria a começar a procurá-la.

Chegou à porta do quarto, mas não parou para respirar fundo. Sentia umas náuseas violentas e o corpo doía-lhe, mas nada disso importava. Tinha de se afastar o máximo possível e, depois, poderia descansar.

Abriu a porta. Localizou a mochila em cima da cama. Entrou e precipitou-se para ela. Quando agarrava uma das alças, ouviu a porta a fechar-se.

Virou-se e o quarto começou a rodopiar. Viu Antonio, apoiado na porta. Não parecia surpreendido ou com falta de ar, mas havia fúria nos olhos dele. Certamente, estava à espera dela há um bom bocado.

– Dececionaste-me, Bella – afirmou, num tom que a deixou com pele de galinha. – De repente, és tão previsível...

– Eu... Eu...

Isabella pestanejou e começou a ver manchas pretas. De repente, sentiu a cabeça mais leve do que nunca. Os membros pesavam muito. Não conseguia mexer-se.

Ele dirigiu-se para ela.

– Não tenho tempo para jogos. Vens comigo, agora.

– Eu... – tinha de se mexer, correr, mentir.

Ele tentou agarrá-la... E, nesse momento, Isabella sentiu que a cabeça lhe caía para trás. Tudo ficou negro e caiu aos pés dele.