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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2002 Kathryn Ross

© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.

Com todo o seu coração, n.º 712 - Março 2015

Título original: The Secret Child

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2003

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-6457-3

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Tinham formado um casal e agora ele estava casado. As duas razões eram boas para tentar esquecer Luke Davenport, o único problema de Alison era que tinha outra, ainda maior, para não o fazer.

Abriu a portada da janela da sua casa de campo e inspirou o ar da manhã, mas estava calor e isso mal a aliviou. Pensou que ia haver uma tempestade, olhou para o céu e viu as nuvens sobre as escarpas da Cornualha. Era como se o mundo inteiro estivesse a suster a respiração por Luke ter voltado.

Nathan deixou cair a colher ao chão e Alison voltou-se e olhou para ele.

– Então, querido! – sorriu, apanhando-a.

O bebé também lhe sorriu com um brilho maroto nos lindos olhos azuis. Era o bebé mais bonito do mundo ou será que ela pensava assim por ser sua mãe?

– Queres que a mamã te dê o pequeno-almoço? – disse, sentando-se a seu lado.

Nathan negou com a cabeça e arrebatou-lhe a colher.

– Está bem, senhor Independente – riu Alison.

Enquanto bebia uma chávena de chá, tentou esquecer-se de Luke mas, ao olhar para Nathan, percebeu que era uma coisa mais fácil dizer do que fazer. Aqueles olhos azuis e aquele cabelo moreno recordavam-lhe tanto o seu pai que, às vezes, o seu coração apertava-se.

Faltavam poucas semanas para fazer dois anos. O tempo passava muito rapidamente e, brevemente, teria idade para perguntar pelo pai. Nessa altura, o que é que lhe iria dizer, que Luke não quisera saber dele? Não era verdade… Luke não quisera saber dela, nem sequer sabia da existência do menino. Oxalá, pelo bem da criança, as coisas tivessem sido de outra forma.

«Mas não são», disse a si mesma com firmeza. Luke tinha-se casado e só voltara para assistir ao funeral do seu pai e vender a sua fazenda. Em breve voltaria para Nova Iorque.

Não faria nenhum favor a Nathan entrando em contacto com o seu pai, a última vez que se tinham visto fora há dois anos e meio e o encontro não tinha sido precisamente prazenteiro. Já tinha problemas suficientes para, além de tudo o resto, andar a brincar com o diabo que era Luke Davenport.

Olhou para o relógio, eram sete e meia. Jane, a jovem que cuidava do seu filho, devia de estar quase a chegar. Em breve, começaria o seu dia de trabalho. Tinha perante si um dia duro. Devia fazer uns quantos cancelamentos no hotel e tinha uma reunião importante com o director do banco. Não sabia se chegaria a casa antes de Nathan ir dormir.

– Não quero ir trabalhar – queixou-se ao seu filho. – Quem me dera puder ficar contigo.

Nathan riu-se como se fosse uma piada, mas aquilo não tinha graça nenhuma. Há já algum tempo que o trabalho se tinha complicado e Alison dedicava-se a ele cada vez mais. Era o problema de um negócio de família. O hotel era quase como ter outro filho e, para além disso, se corresse mal, ela não era a única prejudicada, os seus irmãos também tinham participações no negócio.

A campainha do telefone fê-la abandonar os seus pensamentos.

– Olá, irmãzinha, como estás?

Demorou alguns segundos até perceber que era o seu irmão mais velho, estava tão acostumada ao seu tom de voz triste por causa da má situação do hotel que ficou surpreendida com tão bom humor.

– O que é que se passa para estares tão contente?

– Sim, estou muito contente, é verdade… Acho que encontrei uma forma de acabar com os nossos problemas – respondeu, feliz.

Alison franziu a testa. Na noite anterior tinha estado a rever as contas e sabia muito bem que as coisas estavam muito mal.

– A não ser que seja um milagre, Garth…

– É um milagre… Encontrei um investidor, uma pessoa que vai mudar as nossas vidas. Por agora, não te posso dizer mais nada porque me faltam alguns detalhes mas, quando os tiver, vou convocar uma reunião familiar. Importaste de telefonar para o banco e tentar adiar a reunião com o director para o final da semana?

– Vou tentar… Quem é esse investidor misterioso? Já sabes que temos que ter cuidado ao incluir um novo sócio…

– Depois falamos. Obrigado, Alison – respondeu o seu irmão, desligando.

Enquanto pousava o auricular, Alison perguntou-se o que seria tudo aquilo. O hotel estava tão mal economicamente, que pensava que ninguém, no seu juízo perfeito, quisesse investir nele.

Nesse momento, chegou Jane, Alison despediu-se do seu filho com um beijo e foi trabalhar.

Não demorou muito a chegar ao hotel e, assim que chegou, a primeira coisa em que reparou foi num belíssimo Mercedes vermelho de modelo desportivo que estava no estacionamento.

Saiu do carro e admirou-o enquanto se dirigia para a entrada do hotel. Foi então que viu a matrícula: LUKE 1.

Sentiu um arrepio na espinha. Não era o carro de Luke Davenport, pois não?… Por que razão teria ido ao hotel? Era o último sítio onde teria pensado que poderia ir tomar um café com a sua mulher.

Entrou pela porta giratória do vestíbulo. Luke não era assim tão sádico. E se tivesse descoberto a existência de Nathan e tivesse sentido curiosidade? Sentiu náuseas perante aquela perspectiva, mas avançou, decidida, pelo luxuoso vestíbulo do Cliff House.

«É impossível que saiba», disse para se tranquilizar. As únicas pessoas que sabiam eram os seus irmãos e Todd, o seu melhor amigo. Nenhum deles a trairia e, para além disso, mesmo que Luke tivesse sabido de Nathan, de certo que não se interessaria por ele… como tinha acontecido com ela…

Há um ano atrás, tinha estado ali para ver o seu pai, mas não se tinha dado ao trabalho de lhe telefonar. Voltara aos Estados Unidos e casara com Bianca.

– Bom dia, Alison – saudou-a a recepcionista, sorrindo.

– Bom dia, Clare, como é que estão as coisas? – respondeu Alison, tentando dissimular o nervosismo que se tinha apoderado dela.

– Bem – respondeu a mulher. – Tens uma visita.

– Ah, sim? De quem se trata? – perguntou, com o coração a bater a mil à hora.

– Não sei, não me disse.

Por um momento, sentiu um imenso alívio. Se fosse Luke, Clare saberia, mesmo que não lhe tivesse dito o seu nome. Toda a gente naquela cidade conhecia Luke Davenport.

– Não sei quem será, mas é um bonitão daqueles de fazer perder a cabeça – murmurou. – Está à tua espera na biblioteca.

«Uma boa descrição de Luke Davenport», pensou, recordando que Clare se tinha mudado para ali há pouco tempo.

– Muito bem… – disse Alison, com a cabeça a andar à roda. – Dentro de cinco minutos, entras e dizes-me que tenho um telefonema muito importante.

– Está bem – disse Clare.

«Calma, vai correr tudo bem», disse Alison para si própria, enquanto caminhava para a biblioteca. «Tenho vinte e cinco anos e sou uma mulher maior e vacinada. O Luke Davenport não tem nenhum poder sobre mim».

Ao entrar e ao vê-lo de costas, a olhar para o mar da janela, toda a tranquilidade desapareceu.

Ficou a olhar para aquela figura alta e forte, com umas calças de ganga e uma t-shirt escura, que lhe era tão familiar e sentiu um nó na garganta.

Oxalá tivesse havido alguém mais na sala, mas não.

Pigarreou e Luke voltou-se.

– Olá, Al.

Olhou-o nos olhos, incapaz de acreditar que o homem com quem tinha sonhado nos últimos dois anos e meio da sua vida estivesse, realmente, ali.

Continuava tão bonito como sempre, mas com alguns cabelos brancos… os mesmos olhos azuis, o queixo quadrado e lábios sensuais. Recordou os beijos daqueles lábios, o desejo que tinham despertado nela e apressou-se a afastar aqueles pensamentos da sua cabeça.

Agora, estava casado.

– Luke… que surpresa – respondeu, com surpreendente calma.

– A sério? – sorriu. – Pensei que estarias à minha espera.

Alison encolheu os ombros.

– Soube da morte do teu pai e lamento, mas, por que razão é que ia estar à tua espera?

Luke não respondeu imediatamente. Olhou-a de alto a baixo e parou nos seus olhos verdes e nas madeixas louras do seu cabelo cuidadosamente apanhado. Alison sentiu como se estivesse a tocá-la.

– Por causa dos bons e velhos tempos, não?

Alison desejou que parasse de olhar para ela, sentia-se muito vulnerável.

– A verdade é que, este é o último lugar onde estava à espera de te ver, no Cliff House, em território inimigo.

Luke sorriu.

– Alison, os nossos pais é que eram inimigos, nós não… acho que deixámos de o ser há muito tempo, não é? – salientou, vendo como corava ligeiramente.

– Quanto tempo é que vais ficar?

Não devia ter perguntado, mas não tinha conseguido evitar.

– O suficiente.

O suficiente para quê? Para vender a sua fazenda ou para lhe destroçar a vida?

– Tenho muitas coisas para fazer, Luke – disse-lhe, olhando para o relógio – Em que é que te posso ajudar? Não me parece que tenhas vindo recordar os bons velhos tempos – acrescentou com sarcasmo.

Luke abanou a cabeça.

– Como sou tonto… Depois de dois anos e meio, pensei que me concederias, pelo menos, cinco minutos do teu precioso tempo antes de alguém entrar para te resgatar com alguma desculpa – disse, vendo as horas.

– O que é que queres, Luke?

– Pensei que era óbvio. Ver-te – respondeu com aquela voz tão sensual.

Sempre a tinha excitado e aborreceu-se consigo mesma ao comprovar que aquilo não tinha mudado. Ele transtornava-a só com uma palavra… com um sorriso…

– Disseram-me que tens um filho.

Aquelas palavras repetiram-se na sua cabeça um milhão de vezes em centésimas de segundo.

– Sim… e eu, que te casaste – assinalou. – Parabéns.

Então, entrou Clare. Alison nunca se tinha alegrado tanto por ver alguém.

– Desculpa, Alison, mas tens uma chamada urgente – disse, sorrindo para Luke.

– Muito bem. Obrigada, Clare.

Não parecia que a recepcionista a tivesse ouvido porque não se tinha movido do sítio. Estava ali, imóvel, apalermada com o sorriso de Luke.

– Muito bem, Clare, obrigada – repetiu impaciente.

Aquilo das mulheres caírem aos pés de Luke sempre a tinha tirado do sério. Já era suficientemente vaidoso para, ainda por cima, andarem a adorá-lo.

– Sim, claro… – disse Clare, rindo-se entredentes.

– Bom, estou contente por te ter visto, Luke, mas tenho que trabalhar.

– Então, tens um filho, não é? – disse ele, retomando a conversa onde os tinham interrompido.

– Fico surpreendida por te interessares tanto – disse, fazendo um esforço para parecer tranquila. – Sim, tenho um filho adorável e estou encantada – acrescentou, voltando a olhar para o relógio. Era só uma desculpa para poder deixar de o olhar nos olhos. – Tenho que atender a chamada. Adeus, Luke – concluiu, voltando-se em direcção à porta.

O coração martelava-lhe as costelas. Sabia que ele estava a olhá-la intensamente.

– E quem é o pai?

Alison parou junto à porta. Chegara o momento que temia há dois anos e meio.

Foi um esforço tremendo voltar-se e olhar para ele, mas fê-lo porque sabia que, daquela interpretação, dependia tudo.

– Não é assunto teu – respondeu.

– Ah, não?

Alison recordou a quantidade de vezes que tinha pensado em telefonar-lhe e em lhe contar sobre Nathan. Na altura, tinha sonhado que ele correria para o seu lado e lhe pediria perdão.

Mas aquela fantasia morrera no dia em que ele casou. Foi então que percebeu que, realmente, não ocupava nenhum lugar na sua vida.

– Não, a minha vida privada não te diz respeito.

– Vai fazer dois anos, não é?

– Sim – respondeu. Olhou-o nos olhos e riu-se. – Não pensas que…?

– Não sei o que pensar, Alison – respondeu ele, indo na sua direcção. – Soube da idade dele ontem à noite por uma fonte muito fiável que me disse que há um certo mistério sobre quem é o pai.

– Não há mistério nenhum, o que acontece é que não quero que as pessoas falem da minha vida privada. Já te disse que não diz respeito a ninguém, só a mim.

– E ao pai do menino.

– Claro.

– Claro?

– Entre o pai do Nathan e eu não há segredos.

– Então ele sabe que eu existo? Quero dizer, sabe que há uma dúvida razoável sobre a paternidade?

– Nada disso! – exclamou Alison. – Para que saibas, o Nathan foi um bebé prematuro.

– A sério? – zombou, nada surpreendido – Quando é que posso ir vê-lo?

– Como?

Alison demorou uns segundos para compreender tudo mas, depois, a máscara caiu, deixando-a vulnerável perante ele.

– Porque é que o queres ver? – perguntou-lhe confusa.

– O que é que tu achas?

– A sério, Luke, não sei. Não pensei que te interessasses por crianças, não fica bem com a tua imagem de homem de negócios.

– Ah, não? – disse ele, sem se sentir incomodado.

– Não. O que é que se passa? Estás aborrecido e vais-te dedicar a ver todos os bebés da cidade?

– Só o teu – respondeu, decidido. – Pode ser às oito?

– Esquece, Luke – disse Alison, voltando-se para se ir embora.

Luke agarrou-a por um pulso e abraçou-a com força. O contacto fez com que Alison se sobressaltasse.

Olhou-o nos olhos e recordou que, a última vez que o tinha tido tão perto, ele tinha-a beijado e enchido de desejo.

Fora sempre assim, bastava-lhe tê-lo perto para o desejar. Era como se a tivesse enfeitiçado.

– Podias ser um pouco mais amável, Alison – disse-lhe, olhando-lhe para os lábios e fazendo-a estremecer.

– O que é que queres de mim, Luke? – protestou, desviando o olhar.

– Já te disse, quero ver o… Nathan.

– E eu já te disse que a minha vida e o meu filho não são assunto teu.

Luke negou com a cabeça.

– Acho que devias reconsiderar… – advertiu-a. – Vim perguntar-te por ele da melhor maneira.

– E eu respondi-te da mesma forma.

– Não, não respondeste – disse-lhe, com fingida calma. – Alison, não tenho muita paciência, por isso não te aconselho que me aborreças.

– É uma ameaça?

– É mais uma promessa. Estou decidido a ver o menino e, se tentares impedir-me, vais ver que posso tornar a tua vida impossível.

– Não me metes medo, Luke – respondeu-lhe, levantando o queixo.

– Pois deverias ter porque, quando quero alguma coisa, consigo-a.

– Vai para o inferno – disse-lhe, afastando-se.

– Isso não é muito bonito da tua parte.

– Pensa o que quiseres, tanto faz.

– Talvez devesses mostrar-te mais amável, as coisas podem ser feitas por bem ou por mal, depois verás. Dou-te o dia de hoje para pensares.

– Não tenho nada para pensar.

– Eu acho que tens. Fala com o teu irmão Garth.

– O que é que ele tem a ver com tudo isto? – perguntou Alison, franzindo a testa.

– Pergunta-lhe – disse Luke, dirigindo-se para a porta. – Espero notícias tuas esta noite e espero que sejam para me convidares para ir a tua casa. Caso contrário, prepara-te porque vou tomar outras medidas.

Alison ficou a olhar para a porta fechada. Não podia ser, o seu pior pesadelo tinha-se tornado realidade. Era óbvio que achava que Nathan era seu filho. A sua interpretação sobre o nascimento prematuro não o tinha feito sequer pestanejar. Quem poderia ter-lhe contado? Garth? Era impossível…

A verdade era que se tinha enganado a si mesma, era óbvio que tinha havia mais pessoas a saber.

«Bem, mesmo que saiba que é seu, será uma coisa temporária», disse para si mesma. Decidiu manter-se distante e fria, de certeza que, dentro de pouco tempo, se desinteressaria do menino, ao fim e ao cabo, estava casado.

Enquanto se dirigia para o seu gabinete, começou a tempestade. Ao pousar a mala sobre a mesa, reparou que tinha cravado as unhas nas palmas das mãos.

«Chega, não vou deixar que o Luke Davenport me magoe», disse com calma.

Nesse momento, ouviu-se um trovão e Alison olhou pela janela. Enquanto observava os raios, percebeu que o ambiente estava mais quente e pegajoso do que antes.

Recordou a advertência de Luke. «Espero notícias tuas esta noite e espero que sejam para me convidares para ir a tua casa. Caso contrário, prepara-te porque vou tomar outras medidas».

Sentiu um calafrio.

Por que razão lhe teria dito para falar com Garth?

Recordou como o seu irmão se tinha sentido contente aquela manhã… Não podia ser… nenhum membro da sua família faria negócios com um Davenport, quase a tinham repudiado por sair com Luke. Garth odiava-o quase tanto como o seu pai.

Nesse instante, o telefone tocou.

– Olá, irmãzinha, a Clare deu-te o meu recado?

– Não, Garth, fico contente por seres tu a telefonar porque…

– Agora não tenho tempo para conversar – interrompeu-a. – Era só para dizer que talvez o Luke Davenport passe hoje pelo hotel. Se for aí, importas-te de lho mostrar?

– Como? – perguntou, com a boca seca.

– Eu sei que parece um pouco estranho que eu te peça uma coisa destas, mas confia em mim.

– Já aqui esteve e eu disse-lhe que fosse para o inferno.

– O quê? Como é que foste fazer uma coisa dessas? – gritou Garth.

– O Luke não está interessado no hotel, mas sim no Nathan.

– Estás enganada, o Luke Davenport está muito interessado no hotel. Disse-me que está a estudar a possibilidade de investir nele. Tens noção que podes ter deitado tudo a perder? É a nossa única possibilidade de salvar o Cliff House… Alison, estás aí? Alison?

Alison desligou o telefone, não conseguia falar… nem pensar. Aquilo era muito pior do que um pesadelo.