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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Kathryn Ross

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Paixões mediterrâneas, n.º 1277 - maio 2018

Título original: The Mediterranean’s Wife by Contract

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-293-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

Um encontro às cegas não tinha nada de divertido para Carrie. No entanto, desde o segundo dia das suas férias, depois de Jo conhecer Theo, a sua amiga não parara de insistir: Carrie devia conhecer o bonito irmão mais velho do seu namorado.

– Garanto-te que, assim que o vires, compreenderás a que me refiro – dissera Jo, com um ar muito sério. – Se eu não estivesse loucamente apaixonada por Theo, garanto-te que iria atrás dele. Andreas é muito bonito e, além disso, é um homem muito agradável.

– Jo, se estás a fazer isto porque não queres que fique sozinha, não tens de te preocupar. Como passei os últimos meses a estudar para acabar a minha licenciatura, vai fazer-me bem relaxar um pouco, apanhar sol e…

– Sim, sei. Já me disseste tudo isso. No entanto, tens de conhecer este homem, Carrie. É um Adónis grego a sério. Juro-te. Fá-lo, mesmo que seja apenas por mim. Encontra-te com Andreas uma só tarde, durante algumas horas. Sairemos juntos. O que te parece? Beberemos alguma coisa antes de jantarmos na taberna encantadora que há ao lado da praia. Se gostares, poderás combinar com ele para jantarmos juntos e, se não gostares, podes dizer-lhe que já jantaste e podes ir-te embora. No entanto, garanto-te que gostarás.

Ao quarto dia das férias, num momento de fraqueza, Carrie acabara por aceder. Portanto, ali estava, sentada numa mesa e a sentir uma forte apreensão. Jo e o namorado estavam atrasados. E só Deus sabia onde estaria Andreas. Possivelmente, a tentar resistir a Theo, se o seu irmão tivera de se esforçar tanto para o convencer como acontecera com Jo e com ela.

«Nunca devia ter acedido a isto», pensava Carrie, muito envergonhada.

Pelo menos, aquela taberna era um lugar ideal para esperar. Além disso, o sol estava a pôr-se, envolvido numa maravilhosa bruma avermelhada, e parecia tingir o mar de chamas alaranjadas. Era um final espectacular para outro dia comprido e quente na ilha de Pyrena.

Carrie inalou o ar da noite, perfumado com o cheiro do jasmim e do sal do mar, e relaxou. Com um pouco de sorte, o irmão de Theo não apareceria e Carrie poderia ir-se embora para que Jo e Theo desfrutassem de uma noite romântica sozinhos. Ambos precisavam de aproveitar o seu tempo, porque as férias acabariam dentro de dez dias e Jo e ela teriam de regressar a Londres, coisa que Jo lamentaria muito. Carrie nunca a vira tão cativada por um homem. Era como se estivessem juntos há anos.

A noite ia ganhando terreno a pouco e pouco, por isso, um empregado começou a acender as velas que havia sobre as mesas. Carrie olhou para o relógio. Jo estava dez minutos atrasada. Talvez se demorasse outros dez e Carrie pudesse ir-se embora. Porque é que a sua amiga não conseguia compreender que preferia estar sozinha?

– Está à espera de alguém?

Ao ouvir a pergunta, Carrie levantou a cabeça e sentiu que um fogo abrasador lhe percorria todo o corpo. Se aquele homem era Andreas, Jo não exagerara. Era muito bonito… Na verdade, provavelmente, era o homem mais bonito que Carrie alguma vez vira.

Era alto, de compleição forte. Vestira um fato escuro de aspecto caro, com um ar casual, coisa que só alguns homens pareciam conseguir sem esforço algum. Usava a camisa branca com o botão do colarinho desabotoado e o cabelo escuro muito curto, o que acentuava uns traços marcados e um queixo forte. No entanto, foram os olhos que mais a chocaram no físico daquele homem. Pretos como o carvão, de olhar intenso…

– Sim… – disse ela com muita dificuldade, ao recordar que ele estava à espera que respondesse. – De uns amigos.

– Deves ser Carrie.

Ela assentiu. Perguntou-se se seria a sua imaginação, mas de repente, pareceu-lhe que o ar ficava completamente carregado entre eles. Ele pareceu olhar para os seus olhos durante mais tempo do que o necessário, antes de examinar cuidadosamente o seu aspecto sem rubor algum, desde o cabelo comprido e loiro, até às curvas do seu corpo que ficavam escondidas sob um vestido azul.

A reacção de Carrie foi inesperada. Uma onda de sensualidade quente despertou nela, ao saber que era o objecto de um exame tão cuidadoso e sexual.

– Andreas Stillanos – disse, estendendo a mão.

Carrie apertou-a e sentiu imediatamente um formigueiro, que indicou que a simples atracção tinha ido um passo mais à frente. De repente, sentiu que o pânico se apoderava dela. Nunca antes se sentira assim com um homem. Efectivamente, ele era muito bonito, mas como podia sentir-se tão… Excitada, só pelo modo como ele a observava?

No entanto, era assim. Era um sentimento quase primitivo. Carrie não sabia explicá-lo. O que sabia era que a assustava profundamente. Ela era uma pessoa realista, sensata… O que sentia naquele instante era um tipo de loucura que não queria na sua vida.

Observou como Andreas afastava a cadeira da mesa para se sentar. Durante um momento, ambos guardaram silêncio. Só se ouvia o murmúrio do mar a embater na praia.

– Parece que Jo e Theo se atrasaram – disse ela, tentando recuperar a compostura.

– Sim, parece que sim.

Nesse momento, um empregado aproximou-se da mesa e Andreas dirigiu-se a ele em grego. Aquela língua tinha um som profundo, sensual, que intrigou ainda mais Carrie.

– Apetece-te beber mais alguma coisa, Carrie? – perguntou-lhe, num inglês perfeito.

– Não, estou bem. Obrigada – respondeu ela, apontando para o seu copo de vinho.

Voltaram a ficar sozinhos.

– Penso que o atraso tem alguma coisa a ver com a loja de mergulho de Theo – acrescentou Carrie. – Aparentemente, hoje ia fechar mais tarde do que o habitual, para poder atender uns clientes que vão amanhã para Inglaterra.

Andreas olhou para ela com um sorriso irónico nos lábios.

– Pessoalmente, penso que o atraso tem muito mais a ver com o facto de nós podermos estar sozinhos durante algum tempo.

Ao ouvir estas palavras, Carrie corou. Não lhe passara essa possibilidade pela cabeça.

– Não acredito! – protestou, apesar de ela própria o suspeitar.

– Não? – perguntou ele. Parecia observá-la com muita atenção, o que fez com que Carrie corasse ainda mais.

– Bom, Jo telefonou para se desculpar pelo atraso e parecia verdadeiramente incomodada. Não gosta de chegar atrasada.

– Isso significa que não te sentiste obrigada a conhecer-me? Porque, para ser sincero, tenho de dizer que Theo não parou de falar de ti nestes últimos dias.

– E acedeste a vir esta noite, para te deixar em paz – disse. – Não importa. Eu passei por uma situação semelhante. Jo esteve a falar-me muito de ti. Penso que se sente culpada por me deixar sozinha, apesar de eu lhe garantir que estou bem.

– Apaixonaram-se e agora acham que todos têm de seguir o seu exemplo – comentou Andreas, secamente.

O empregado regressou com o café que Andreas pedira. Carrie agradeceu a interrupção. A julgar pelo modo como ele falara, era evidente que também não queria ter um encontro às cegas com ela. Além disso, o facto de ter pedido um café parecia sugerir que nem sequer tencionava ficar.

– Infelizmente – disse ele, – tenho uma reunião de negócios em Atenas amanhã de manhã cedo. Portanto, não posso ficar muito tempo.

– Eu também não – replicou ela, sem conseguir evitar ficar à defesa. – Antes de chegares, estava a pensar que devíamos acabar com isto o mais depressa possível. Joe e Theo deviam aproveitar cada instante e desfrutar de uma noite romântica sozinhos.

– Sim, suponho que sim, mas eu não me preocuparia demasiado. Tenho a certeza de que o farão. Bom, estás a desfrutar das tuas férias em Pyrena?

– Sim, muito. Obrigada – respondeu ela, cortesmente. – É uma ilha muito bonita.

– Foste ao recife de coral?

– Não. Theo e Jo convidaram-me para ir com eles ontem, mas não sei mergulhar.

– Podias ir simplesmente com uns óculos e um tubo.

– Não tenho muito jeito para nadar e não gosto de estar num ambiente que não controlo.

– Só precisas que alguém com experiência que te acompanhe. Devias ir. É um lugar muito bonito – comentou ele. Naquele momento, o seu telemóvel começou a tocar. – Desculpa, Carrie – acrescentou, antes de atender.

Ela ouviu enquanto ele falava em grego. Tinha uma voz profunda, profissional e uma expressão séria no rosto. Era demasiado atraente. Perigosamente atraente. Sem conseguir evitá-lo, perguntou-se o que sentiria se aqueles lábios sensuais explorassem os dela, aquelas mãos lhe tocassem na pele…

Andreas acabou a chamada e olhou para ela.

– Lamento muito. Trabalho.

– Não importa…

Zangada consigo própria devido ao que estava a pensar, desviou o olhar e concentrou-o no copo de vinho. O que se passava com ela? Andreas deixara bem claro que aquela situação era incómoda para ele e, ali estava ela, a deixar-se levar por pensamentos com ele.

– Se tiveres de te ir embora, não permitas que eu te impeça. Desculpar-me-ei com Jo e Theo em teu nome.

– Não penso que seja necessário. Acabaram de chegar.

Carrie olhou para a estrada e viu Theo a sair do seu desportivo preto. Jo fê-lo quase ao mesmo tempo. Theo esperou por ela e deu-lhe a mão. O momento foi muito terno.

– De algum modo, parecem ter sido feitos um para o outro, não achas?

– Sim. Penso que é uma relação séria.

Enquanto o casal se aproximava da mesa, Carrie pensou que a amiga nunca lhe parecera mais feliz. Sabia que a vida da amiga fora difícil, dado que ambas tinham sido criadas no mesmo lar de acolhimento. Perguntou-se o que aconteceria quando chegasse o momento de regressar a casa.

– Lamentamos chegar atrasados – murmurou ela, olhando para Carrie e Andreas com curiosidade.

– A culpa foi minha – disse Theo, enquanto beijava Carrie em ambas as faces. – Alegra-me voltar a ver-te, Carrie. Atrasámo-nos, mas sabíamos que vocês encaixariam na perfeição.

Carrie olhou para Andreas nesse momento e desejou não o ter feito. Parecia divertido com a situação, coisa que a irritou profundamente.

– Não te preocupes – disse Andreas, enquanto se levantava para cumprimentar os recém-chegados. – Carrie e eu gostámos muito de nos conhecer.

– Ainda bem! – exclamou Jo, olhando com alegria para a amiga. Jo estaria tão cega de amor que não se apercebia de que Andreas não tinha nenhum desejo de estar ali? – Bom, está tudo bem? – perguntou a Carrie, enquanto se sentava ao seu lado.

– É claro – disse ela, com ar distraído. Estava a observar as semelhanças entre os dois irmãos, embora os traços de Theo fossem mais suaves e menos desafiantes do que os de Andreas. A julgar pelo modo como os dois homens falavam parecia que, para além de serem irmãos, eram bons amigos.

– Agora vão estar horas a falar de negócios – disse Jo, com um sorriso.

– Eh, preciso de todos os conselhos que possam dar-me – replicou ele, – em especial de um irmão que é uma mente privilegiada para os negócios. Não sei o que faria sem ele.

– Garanto-te que o farias muito bem, Theo. O teu negócio vai de vento em poupa – comentou Andreas.

– Sem a tua ajuda não teria conseguido. Bom, damos uma olhadela aos menus? Não sei o que pensam, mas eu estou cheio de fome.

– Infelizmente, não posso ficar – disse Andreas, olhando para o relógio. – Tenho de ir para Atenas. Tenho uma reunião amanhã de manhã, cedo.

– Oh, não! – exclamou Jo, sem conseguir esconder a sua desilusão. – Não podes ficar um pouco mais?

– Receio que não – respondeu ele. Depois, olhou para Carrie. – Foi um prazer conhecer-te, Carrie.

– Igualmente – replicou ela, com um sorriso cortês nos lábios.

Os olhares de ambos encontraram-se por um instante.

Andreas reparou no olhar de Carrie. Evidentemente, sentia-se tão incomodada com aquela situação como ele. Era muito bonita… Theo não lhe mentira. Além disso, tinha uma fragilidade e uma reserva que o fascinavam. A maioria das mulheres seduzia-o abertamente, mas ela nem sequer tentara captar o seu interesse. Apenas uma inclinação orgulhosa da cabeça e um sorriso.

Recordou-se que não tinha tempo para aquelas coisas. Estava no meio de negociação difícil e não era o momento de se deixar levar pelo romance. Além disso, a situação podia ser muito delicada. Theo estava muito apaixonado pela melhor amiga de Carrie e, pelo contrário, ele não procurava nada sério numa relação, nem nunca procuraria. Portanto, o melhor seria manter-se afastado de águas turbulentas.

– Deixo-vos para que possam continuar a desfrutar da noite – disse, levantando-se.

– Bolas! – exclamou Jo, enquanto observava como Andreas se afastava. – Lamento muito, Carrie… Pensei que se dariam bem.

– E foi assim. Desfrutámos de uma bebida juntos – disse Carrie à amiga. – Não percas tempo a preocupar-te com isso!

– Andreas está no meio de uma absorção empresarial muito complicada. Acabou de vender a sua editora e agora está a comprar acções num jornal. Se a reunião é de manhã cedo, tem de apanhar o ferry para Atenas esta noite e alojar-se no apartamento que tem lá – disse Theo.

– Não tens de te desculpar. Andreas e eu divertimo-nos muito a conversar enquanto esperávamos. Eu desfrutei muito da sua companhia, mas ambos concordámos que vocês devem estar sozinhos e, para ser sincera, agradeço a oportunidade de regressar ao apartamento para me deitar cedo.

– Não vais a lado nenhum! – exclamou Jo. – Vais jantar connosco. Insistimos!

– Sinceramente, Jo…

– Se eu fosse a ti, não me esforçaria a discutir – disse Theo, com um sorriso. – Só tens a perder.