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© Editora Gato-Bravo 2019


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editor Marcel Lopes
coordenação editorial Paula Cajaty

revisão Inês Carreira

projeto gráfico 54 design

imagem da capa Shutterstock



Título

As religiões de Donald Trump

Autor

Ricardo Brehm


isbn 978-989-8938-17-6
1a edição digital: fevereiro, 2019



gato·bravo
rua de Xabregas 12, lote A, 276-289
1900-440 Lisboa, Portugal
tel. [+351] 308 803 682
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editoragatobravo.pt

Dedico esta obra á força de espírito e carácter de meus pais. E um agradecimento especial ao meu irmão Nuno, pela sua imprescindível colaboração e dedicação na criação deste livro.

E ao grupo editorial Jaguatirica/Gato-Bravo e toda a equipa de colaboradores um extraordinário muito obrigado.

Sumário

Introdução

As energias de Donald Trump

Práxis – a evolução da mística

Os deuses sonham. Alea jacta est – está lançada a sorte

Mehr Licht! – Mais luz –
últimas palavras de Goethe. O filósofo espião –
a guerra dos trinta anos 1618-1648

O tempo dos filósofos

Eritis sicut diis – sereis como Deuses. Os Deuses acordam! 1673 - Ano glorioso!

Dubitando ad veritatem pervenimus – duvidando chegamos à verdade! (Cícero)

A minha pedagogia é a minha força

Alma mater. Pátria da existência cósmica

Os ângulos divergentes convergem – o ecossistema esotérico triunfa

Conclusão

Uma breve história do tempo de Donald Trump

Introdução

Este livro é um erro.

É um erro porque não é dedicado ao pensamento imediato do cidadão vulgar.

Mas, ao mesmo tempo, também lhe é oferecido uma forma de escapar a simples explicações e permitir o seu ingresso numa nova ordem de pensamento.

Este livro invoca teorias, que podem estar erradas.

Muitas teorias podem ser efetuadas acerca da personalidade do magnata Donald Trump e dos grupos e das psicologias que o cercam, mas esta sugere ser a mais justa e relevante de apresentar.

Esta obra pode ser considerada pelo leitor como uma falsidade brutal, mas o que não deve ignorar é o esforço da sua apresentação1.

Por isso todos os distintos são convidados a criticar e a desafiar este pensamento apresentado. E a tornarem-se sábios e vizires do seu próprio conhecimento.

Existem duas alternativas.

Ignorar a obra e lamentar a atenção a ela dedicada ou desafiar a mente no desfolhar das suas páginas.

Uma via conduz para a felicidade da sua vida normal de respeitosas ideias.

E outra para o desafio torturante da visão de novos e talvez desconhecidos caminhos e dimensões.

Qual dos túneis o leitor vai escolher?

1 Nota do Editor: Esta obra foi criada no Verão de 2016, antes das eleições presidenciais dos EUA.

As energias de Donald Trump

O vapor.

Uma energia explode no vácuo camareiro.

O calor.

Abrasador e sedutor.

Expande-se em quilométricas e volumétricas múltiplas formas.

Sedutor.

Circuito em circuito.

Por invisíveis hídricas e etéreas forças.

Avança.

Câmara a câmara.

Ordem — em ordem.

Retro ordem e retro ordens.

Câmara a câmara.

Por sofisticados nexos tubulares.

Infinitamente imparável.

Um homem de cartola, aparência atlética e forte observa todo o processo.

A gaveta dilata.

A croça e a corrediça deslizam nervosamente.

O cilindro desperta.

E o seu habitual olhar calmo e inteligente torna-se nervoso e agitado.

E “confere”, gesticulando os braços, ordens a funcionários atarefados.

O processo entra em estado crítico.

O êmbolo estremece.

A biela nivela.

E o vapor vulcânico é racionalmente libertado.

E a manivela “magicamente” gira em sucessivas automáticas.

As pálpebras de James Watts voltam à calmaria inicial.

O termostato está fielmente vigiado.

Os funcionários festejam o ato.

A força infinitamente imparável está sob controle.

A era industrial mecânica de massas surgiu.

A gigantesca máquina a vapor de efeito duplo nasceu.

O prematuro do Iluminismo tecnológico.

O pai – James Watts – olha para o seu “filho metalizado” com orgulho.

Os funcionários expressam cânticos de agradecimento aos augúrios da nova revolução científica.

Watt sorri, mas de forma contida.

Ele sabe o segredo profano sobre as origens da fase científica do novo conhecimento.

E onde os demais veem a atual revolução como o princípio do fim da História do saber, ele, pelo contrário, observa o momento como mais um fim de princípio, que denuncia outros mais seriamente complexos e importantes.

E não de índole científica.

E sim de contornos metafísicos – obscurantistas.

Os seus agradecimentos velados não aludem em primeira instância aos senhores do empirismo atual e nem aos do passado da Civilização grega.

Mas para os dogmas de uma visão cósmica – cosmogônica, que totaliza o divino com a substância dos princípios das leis da natureza com a ciência materialista.

Os princípios da Indústria geral.

E, sobretudo, da indústria da termodinâmica.

Estes empreendimentos não devem os seus sucessos ao trabalho laboratorial, mas sim aos resultados de uma nova doutrina filosófica.

Doutrina que através do método racional permite alicerçar as leis do império divino com o Homem.

Unidos numa organização coordenada pela vontade de sábios revelados escolhidos por ordem do altíssimo celestial.

A máquina a vapor é um poder de carnes metaloides mecânicas, cujos ossos e centros nervosos devem a sua origem a princípios de ordem mística.

Mística que interliga a mecânica celeste com a mecânica experimental através da emoção e da vontade.

A máquina a vapor não é somente o filho pródigo da era industrial, mas também é o gênesis de uma nova visão cosmológica, metódico-científica, de aspirações teológicas universais.

Em 1769 James Watts sorri.

Os séculos dançam.

E outro homem sorri de igual forma em 2016.

Donald Trump.

James Watts nasceu em 1736.

Donald Trump em 1946.

Duzentos e dez anos separam ambos.

O tempo divide.

Mas a mística reinante neste hiato fraterniza.

Ponte cósmica que interliga o passado esotérico numa irmandade secreta e intemporal.

Apaziguar a contenda entre as leis da exatidão e o universo divino.

Watt é o engenheiro mecânico da ordem iniciática.

Representa o milagre do primeiro dia da Criação.

O fogo e a combustão do “Big Bang” universal.

O símbolo da ignição materialista da ideia filosófica.

Donald Trump é o seu espelho político instrumental na ordem iniciática. E o seu manifesto de transformação social.

E este objetivo é o que explica o processo da presença e ascensão de Donald Trump – o mago da política atual dos E.U.A. – como candidato e Presidente do país.

O fascínio do seu fenômeno só é compreensível à luz do seu poder sobrenatural.

Partículas que articulam a sua imagem presidencial de acordo com os seus desígnios intemporais universais.

Dogmas esotéricos que congregam a sua imagem como reflexo de outros homens, filosofias e civilizações aparentemente difusas e separadas pelo tempo – espaço.

Não.

Trump não é um homem do século 21.

É um homem do passado – futuro.

O seu corpo simula bem toda a estética da atualidade.

Mas é apenas um jogo de dissimulação.

O seu olhar não é igual à sua visão.

Visão que elabora um mundo difícil de atingir pelo cidadão comum.

E o vulgar homem ao penetrar neste mundo privado arrisca-se a cair numa profundidade labiríntica de vales, sombras e luzes ultra dimensionais.

Trump é um algoritmo de uma vasta máquina esotérica.

Mas qual é a origem real do seu universo?

O propósito da sua energia?

E a razão da sua força pública?

E o centro do comando filosófico do grupo profano que organiza todo o seu agir?

Para perceber tal magnitude é preciso revelar as portas do fantástico. Mas não deste Universo.

Donald. Barak.

Obama. Trump.

Diferentes como dois flocos de neve “made in U.S.A.”.

Mas herdeiros de igual nevão esotérico. Diferentes nas ideias, no corpo e na raça.

Respostas diferentes de um propósito obscuro: na política vulgar, manifesta a ilusão do partidarismo.

A política é apenas o cenário da divergência simbólica.

E sobretudo na personalidade.

A luz de Barak Obama – o Presidente – o senhor dos “8”. O seu número fetiche (2008, 2016) – definha.

E abre caminho para o senhor do número fetiche “6” – Donald Trump.

O homem que está preparado para dominar o planeta.

O sol – Obama extinguiu-se.

E a lua – Trump prepara o seu regresso mitológico.

Barak hipnotiza as multidões com o seu canto de sereia.

O republicano é o grito de uma banshee.

Um é convidativo e apelativo. O outro imperativo e desafiante.

Um impõe amizade. E o outro respeito e temor.

Barak é um herói em movimento. Trump é um deus em ação.

Um argumenta. Trump naturalmente ordena.

Barak é o príncipe das ilusões libertárias.

Trump é o rei das verdades puras e estrondosas.

A rivalidade entre os homens símbolo-partidários é publicamente discutida.

Mas a ação de ambos é a imagem de igual destino fabricado nos teares de feiticeiros sapientes e ultra-humanos.

Os balanços de pêndulos esotéricos.

O antecessor é o investimento preparatório da fase do novo ciclo mágico.

A disputa política pública é totalmente redutora.

A calmaria antes da tempestade.

O pousio político antes do cultivo.

Barak é a esfinge do Faraó Akhenaton.

Trump pelo contrário é filho de Amut. A deusa egípcia.

A deusa tri-corpo.

Parte hipopótamo, crocodilo e leoa.

A devoradora das almas dos defuntos pecadores.

A voz de Trump é um clamor hipnotizante às ordens e obediência.

Consciência que não sente as vontades alheias.

Pois ele é o espírito da vontade manifesta divina.

Barak Obama é um ator político.

Donald Trump pelo contrário é instrumento de forças mais elevadas.

É um ser eminentemente religioso. Fúria do destino.

Invocador de afirmação positiva.

Um místico invocador de paradoxais emoções femininas.

Um monge político.

E Papa esotérico. Um Papa esotérico da nova Ordem Mundial.

É por esta razão que Trump expressa uma desarmante vontade indomável que surpreende os seus interlocutores.

Mas qual será o aspecto da sua nova Ordem Mundial? E das entidades “fabricantes” que anseiam por ela com expectativa e intranquilidade?

Estruturas do passado, do presente e até, talvez, do futuro?

Adeus.

Adeus – Barak Obama – dizem os deuses.

Da cinza vieste, à cinza esotérica retornas! É hora de emergir um novo anjo de barro mitológico no mundo.

Para entender Donald Trump é preciso estudar todo o seu organismo subterrâneo.

E para compreender toda a história possível é preciso ser rápido e arguto enquanto os deuses ainda dormem.

Iniciar a história não pelo seu início visível.

E sim pelo meio da sua presença no cenário mundial.

Esclarecer a origem das místicas que colocam Donald Trump como um guerreiro.

Um cavaleiro de ordem metafísica, que reúne os atributos estéticos para despoletar o novo ciclo da história humana.

Práxis – a evolução da mística

O primeiro dia.

1498 DC.

Início e fim da história de duas cidades.

E o surgir de uma nova revolução mundial.

O olhar de Vasco da Gama cruza-se com o rosto do Samorim, o rei de Calecute.

O tempo é vencido pelo espaço.

Calecute – Veneza são os símbolos deste fato. Calecute é o início da economia marítima global.

E Veneza o fim da economia terrestre e feudal mundial.

A rota da seda extingue-se.

O fim de um mundo. O mundo de Veneza como cidade mundial.

E capital do comércio euro-asiático.

Sim, a glória da grande Veneza morre.

Os “doges” de Veneza choram entre si.

Mas não lágrimas de tristeza.

Expressam apenas lágrimas de saudade e de orgulho pessoal.

Eles bem sabem que não existe motivo para tristeza.

Não existem lamentos porque foram os próprios que também organizaram o seu discreto final.

E a rota para uma nova etapa do concretizar de um plano. E recordam a memória de um saudoso conterrâneo.

Um dos novos benfeitores do novo ciclo.

Ilustre rei de Roma.

O Papa Eugênio IV. Mas por que razão os nobres manifestam tal atitude de resignação perante semelhante ideia fatalista?

E veemência perante este santo padre?

Em suma, por que motivo tal cidade e tais figuras foram escolhidas para tal semelhante sorte e destino? Que caminhos serão estes?

Veneza é a jóia da renovação sócio-europeia do período final da Idade Média, séculos 11 a 13.

Uma nova sociedade de caráter culto, urbano, universitário e de mentalidade progressista nasce.

Urbanidade que sintetiza na eloquência arquitetónica das catedrais góticas todos os seus princípios de verticalidade e beleza.

Clareza de costumes.

Uma sociedade traumatizada que recupera dos conflitos resultantes das eras Proto-cristãs.

E pretende criar novas regras universais.

O mundo pastoril desaparece.

Os princípios científico-econômicos florescem. O fim da economia primitiva.

Fator que impulsiona a abertura da economia monetária.

E o estabelecer de relações comerciais com outras civilizações.

E a estrutura sócio-geográfica de Veneza era ótima para o efeito.

Uma cidade notoriamente artificial construída por uma gama de aristocratas liberais e cosmopolitas.

Extremamente ambiciosos e empreendedores.

Situação que as suas origens multi-étnicas evidenciaram.

A sua geografia, situada no Golfo Adriático, articulava as rotas comerciais terrestres e marítimas da Europa com a zona afro-asiática.

Cidade industrial complexa.

Local onde foram descobertos os segredos do vidro.

E o grande estudo da orientação dos planisférios globais.

E até as regras de construção naval.

É nessa circunferência de ideias que nascem homens e famílias como os Polos. Famoso clã de comerciantes euro-asiáticos.

E o seu elemento mais brilhante, o aventureiro Marco Polo.

Polo – nome que recorda o termo linguístico (polos) que define os extremos lineares imaginários da longitude do mundo.

O seu relato sobre as suas vivências abriu novos caminhos na descrição dos mapas-mundi.

Os Polos eram também emissários das cortes veneziana e europeias na Ásia.

Em suma, o interesse exclusivo de Veneza é o contato com os mistérios do Oriente.

Aspecto que está de acordo com as motivações ocultas das ordens superiores da elite europeia.

Poderes que incentivaram os doges a incrementar a primeira parte do plano de contato – a rota terrestre com a Ásia.

E a finalizar o seu trabalho com a ponte para o início da descoberta do caminho marítimo para a Ásia.

Um projeto para homens da envergadura do Papa Eugênio IV – outro veneziano.

Um Papa devotado para a ação. Um homem de personalidade energética. Um zelota cristão.

Dotado de eloquência justa e temida retidão moral.

Uma personalidade de ambições imparáveis.

Eugênio era sem dúvida um predestinado para a missão de salvaguardar a sobrevivência e a força do mundo cristão.

E no ano de 1431 a sua íntima batalha agonizava de incerteza.

Ele era o árbitro do maior projeto de estratégia continental de sempre.

A união mundial da cristandade sob a bandeira da paixão cristã e o cérebro ciclopédico do papado.

A cidade santa romana como capital. Capital de um império pan-religioso. E antagonizar o avanço de civilizações rivais na Europa.

Em primeira instância a sua motivação é uma reação violenta face ao poder e à glória da moralidade islâmica e a sua inteligente ação estratégica, que combina valentia guerreira com projetos de inclusão expansionista.

É preciso libertar a cristandade das suas grilhetas regionais. – E já!

Grita o feroz Papa Eugênio.

O seu pontificado foi perfilado como esquema de atuação em diversos níveis de uma estratégia de curto e longo prazo.

O procedimento insinuou-se “exclamando” exortações públicas para a adesão dos reinos católicos ao ecumenismo cristão universal.

E encontros íntimos com a coroa portuguesa, cartógrafos, emissários, diplomatas e exploradores ou aventureiros das terras ásio-africanas.

Os ideais ultramarinos lusitanos estão em sintonia com os pensamentos do Papa.

Ideais que ficaram ainda mais fortes com as presenças do Infante D. Pedro na corte húngara de Segismundo I do Luxemburgo.

Monarca que vivia sob o perigo do expansionismo turco. E de visitas de “espionagem” na cidade de Veneza.

E desta forma ficaram vincados os ideais de realizar uma grande intervenção por terra e mar contra os islâmicos.

E por fim aproximar a cristandade europeia do reino mítico do Preste João e da cristandade abissínia na união com o reino de Deus católico.

Perante o fulgor português em concretizar estes objetivos, o Papa concede bulas que autorizam o livre domínio territorial e legal das novas descobertas.

Atingir o Preste João é um mantra irredutível.

Reino mítico que abrangia a Abissínia perto de Kena – local onde cruzavam caminhos marítimos e terrestres adjacentes ao contato com a terra santa (Jerusalém) e Alexandria.

E os centros econômicos do Mar Vermelho – Índico.

E por fim as zonas da antiga cidade de Tebas.

Zonas essenciais para a expansão europeia cristã.

Eugênio IV durante todo o seu pontificado criticou o fato de os príncipes não aderirem ao novo movimento de cruzada global.

Cruzada de estilo lusitano.

Como exemplo da sua atitude, existem documentos e referências com exploradores e embaixadores do reino da Etiópia.

E das terras nestorianas. E do Extremo Oriente.

Homens como o aventureiro do Extremo Oriente, Nicolau de Conti.

E como culminar verificamos a implementação de um acordo com o Imperador de Constantinopla em 1439, que estabeleceu o decreto que iniciava a união entre a Igreja Romana, as seitas orientais e a nação cristã etíope.

O Papa morre em 1447. Segundo certas fontes, vítima de assassínio por veneno.