Editado por Harlequin Ibérica.
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28001 Madrid
© 2001 Robyn Donald
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Atraiçoada, n.º 652 - maio 2020
Título original: The Devil’s Bargain
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1348-307-8
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Créditos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Se gostou deste livro…
Hope Sanderson agarrou-se ao parapeito da pequena varanda, incapaz de se mover. Cobriu o rosto com as mãos, envergonhada, desejando não ouvir as palavras que chegavam aos seus ouvidos.
A escuridão e o frio da noite de Outono da Nova Zelândia atingiram-na, mas o tremor que abalou o seu corpo delicado vinha do coração.
– Entra em acordo comigo e podes ficar com a Hope – disse o seu pai, como se a filha fosse uma mercadoria do seu armazém. – Tenta destruir-me e podes dizer adeus a qualquer oportunidade que queiras ter com ela. Se eu a proibir de sair contigo, ela obedecer-me-á. Podes apostar.
Hope experimentou a humilhação, com extrema repugnância, aguardando a resposta desdenhosa de Keir Carmichael. Entretanto, quando, por fim, ele falou, parecia estar a divertir-se.
– Por que é que achas que quero casar-me com a Hope? Consigo ver vantagens nisso para ti, mas o que é eu ganho com isso?
Hope gemeu baixinho, ao ouvir o pai dar uma gargalhada, incrédulo.
– Vá lá, Carmichael, tu quere-la! Tens andando perto dela nos últimos dois meses. Homens como teu tipo não se deitam com meninas. As outras mulheres que conheceste sabiam o que estavam a fazer, mas a Hope é inocente, portanto, terá de se casar. Faz sentido. A minha filha será uma boa e dócil esposa e conhece todas as pessoas importantes de Nova Zelândia. Além disso, herdará tudo, quando eu morrer.
Houve um pesado silêncio. Hope ficou tensa, prendendo a respiração.
– Está bem, Sanderson. Façamos um acordo.
O coração de Hope pareceu parar. Desesperada, desejou morrer.
O pai continuou, veemente:
– Casa-te com ela. Se o fizeres, obterás a empresa sem teres de recorrer a essa luta indigna. Passo os negócios para ti. Só te peço que me deixes na ficar direcção até estar pronto para me reformar – fez uma pausa significativa por alguns minutos: – Caso contrário, enfrentarás uma grande batalha. Conheço várias pessoas importantes. Se for preciso, destruo o teu pequeno banco.
No meio daquele pesadelo, Hope pressionou a mão contra os lábios, para sufocar a agonia. Talvez fosse mesmo um pesadelo. Certamente estava a sonhar com aquilo.
A entoação gelada de Keir, porém, acabou com as suas ilusões:
– Oferecer a própria filha para evitar a ruína era algo que se fazia há séculos atrás. Por que é que eu haveria de desejar uma esposa de dezoito anos? Faz o quiseres, paga as dívidas que puderes e pede todos os favores possíveis, porque, de qualquer das formas, ficarei com a tua empresa.
– Está bem, Carmichael. Esquece o casamento. Tu deseja-la, portanto, fica com ela. A Hope é suficientemente bonita para te manter satisfeito até te fartares.
– Queres vender-me a tua filha? – Keir parecia não acreditar na proposta. – Deves estar mesmo desesperado. Além disso, ela deve ter outros planos.
– A Hope fará o que eu lhe mandar!
– Sabes como convencê-la?
– Sei.
– Ela é mesmo bonita, doce e sedutora. No entanto não tenho tempo para ensinar a uma rapariga tão pura todas as coisas que uma mulher precisa de saber para satisfazer um homem e a Hope não sabe nada sobre sensualidade. Além disso, como tu dizes, é muito influenciável. Eu poderia ter dormido com ela neste último mês, apenas com um estalar de dedos.
Outro longo silêncio. Então, James Sanderson sussurrou, furioso:
– Estou a ver. Estiveste a jogar até agora. Desfilaste ao lado dela só para poderes humilhar-me.
– Por que é que pensas que eu haveria de sair com uma menina recém saída da escola? Não que a Hope me tenha ajudado em alguma coisa, pois não sabe nada sobre o teu negócio. Aceita o facto, Sanderson, estás numa posição delicada. A tua empresa está a falir, porque agiste como um velho teimoso e não te modernizaste nos últimos quarenta anos. Se queres um acordo, faz-me uma proposta que seja boa para ti e para mim. Caso contrário, vou-me embora.
Por fim, Hope conseguiu tapar os ouvidos. No meio da confusão, no seu íntimo, ouviu o seu coração a partir-se.